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Alunos com melhores notas têm maiores salários

Pesquisa inédita no Brasil aponta que um aumento de 10% na nota de português ou matemática pode significar um ganho médio de 5% a mais na remuneração
16:30 | Mar. 18, 2014
Autor O POVO
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Uma pesquisa inédita no Brasil transformou em números o que já era conhecido por pais e professores: alunos com melhores notas durante a escola tendem a ganhar maiores salários ao se inserirem no mercado de trabalho. Os dados são do estudo “A Relação entre o Desempenho Escolar e os Salários no Brasil”, divulgado ontem pela Fundação Itaú Social. Segundo o levantamento, um aumento de 10% na nota de português ou matemática significa, em média, um acréscimo salarial de cerca de 5% nos primeiros cinco anos após a conclusão do ensino médio.

A pesquisa revelou que, em 2010, a remuneração média dos jovens era de R$ 1.155,8, com uma nota média de 283,8 pontos em matemática e 268,3 pontos em português na prova do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb). Um aumento de 10% na pontuação de matemática provocou um acréscimo de R$ 53,2 (4,6%) no salário. Em português, o crescimento foi de R$ 57,8 (5%). “Para os economistas, esse aumento de salário significa aumento de produtividade na economia”, comentou o coautor do estudo e pesquisador do Centro de Políticas Públicas do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), Naércio Menezes Filho.

A pesquisa trabalhou com grupos de jovens de duas gerações (nascidos em 1977 e em 1987) durante três fases da vida: na infância, dos 4 aos 5 anos; no período escolar, dos 17 aos 18 anos, e no mercado de trabalho, dos 23 aos 24 anos. Os estudantes foram agrupados em núcleos divididos por sexo, raça e estado. Para o levantamento, foram cruzadas as pontuações de estudantes que realizaram a prova Saeb nos anos de 2000 e 2010 com dados do Censo e da Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílio (Pnad).

Políticas públicas
Segundo a gerente de educação da Fundação Itaú Social, Patrícia Mota Guedes, a pesquisa poderá servir como orientação para as políticas públicas voltadas para a educação. “Como o ganho de aprendizagem depende do que acontece na sala de aula, vai ser o cotidiano da sala o meu ponto de partida para pensar estratégias. Se a gente for pensar em políticas públicas, estamos olhando para políticas de formação continuada que valorizem a prática e o papel do professor e que apoiem o papel do diretor como liderança pedagógica”, explicou.

*A jornalista viajou a convite da Fundação Itaú Social

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