Brasil não caminha para recessão, diz economista da FGV
Segundo ele, apesar de o Indicador Antecedente Composto da Economia (Iace) - que pretende antecipar o cenário no curto prazo - ter apresentado queda de 1,1% em janeiro de 2014 ante dezembro de 2013, a análise semestral, comparando janeiro com julho do ano passado, mostrou alta de 0,30%, o primeiro resultado positivo em nove meses, nesta base de comparação.
"O fato de a variação semestral ter ficado negativa por tanto tempo fez o mercado questionar se o País não estaria próximo de uma recessão, até porque tivemos queda (de 0,50%) do Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre de 2013", afirmou. "Esse dado positivo agora reforça a percepção de que não é assim", disse, acrescentando que a variação semestral do Iace já vinha melhorando nos últimos meses, apesar de ainda estar negativa - em dezembro ante junho ficou em 0,70% e, em novembro ante maio, em -1,5%.
De acordo com Picchetti, o Indicador Coincidente Composto da Economia (ICCE), que mede as condições atuais e subiu 0,4% em janeiro, corrobora a avaliação de que, embora não haja risco iminente de recessão, a atividade está crescendo em ritmo fraco. "A variação dos meses anteriores também era próxima de zero, sinalizando que o País está num ciclo de crescimento baixo, que se aproxima da estabilidade", explicou.
Componentes
Picchetti chamou a atenção para o comportamento dos itens que compõem o Indicador Antecedente Composto da Economia. Em janeiro, seis dos oito componentes contribuíram negativamente para o índice: desempenho da Bovespa, Sondagem da Indústria, Sondagem de Serviços, Sondagem do Consumidor, taxa de juros e variação de termos de troca. "Isso mostra que há um ambiente de pouco otimismo e merece destaque porque está ligado com as previsões quantitativas de crescimento que veem sendo rebaixadas", afirmou.
Os únicos componentes que contribuíram positivamente foram produção de bens e consumo duráveis e volume de exportações. "É preciso lembrar que nesses dois casos a contribuição positiva não é um alento muito grande porque os meses anteriores foram fracos nesses quesitos, então a alta é atribuída mais à base de comparação baixa do que a uma melhora dos fundamentos da economia."
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