Secretário da indústria da Argentina renuncia
Desta forma, nos últimos quatro meses, Bianchi já não controlava mais a aplicação das licenças não-automáticas de importação e as estratégicas relações com o Brasil, Uruguai e Paraguai. Os trâmites burocráticos que permitem - ou não - a entrada de 4 mil produtos distribuídos em 600 posições alfandegárias saíram de suas mãos e passaram para Beatriz Paglieri, a secretária de comércio exterior. Paglieri, no entanto, está na órbita de Guillermo Moreno, que também transformou-se no homem que concentra as negociações de acordos comerciais setoriais. Além disso, ela é a encarregada de comandar as negociações bilaterais com o Brasil. Desde dezembro, a secretaria de Bianchi havia sido reduzida a um mero departamento para implementar programas de financiamento para pequenas e médias empresas.
Os próprios empresários argentinos, quando precisavam resolver um problema, recorriam a Moreno, e não mais a Bianchi. A gota d'água ocorreu em janeiro, quando o governo anunciou que implementaria o sistema da "Declaração Juramentada Antecipada de Importação" (DJAI), que consiste em um relatório detalhado que as empresas que desejem importar devem apresentar à secretaria de comércio interior antes de realizar as importações. Desta forma, Bianchi perdeu as atribuições de "guardião das fronteiras" para Moreno. O novo secretário designado pela ministra da Indústria, Débora Giorgi, é Javier Rando, de 37 anos, que até ontem ocupava o cargo de secretário de Planejamento Estratégico Industrial.