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Eurozona atinge novo recorde de desemprego

Índice atingiu maior nível desde junho de 1997, antes da criação da zona do euro

16:48 | 02/04/2012
O desemprego na Eurozona em fevereiro atingiu 10,8% da população economicamente ativa (contra 10,7% em janeiro), marcando um novo recorde em 15 anos, sendo que Espanha e Grécia apresentam o dobro desse patamar.

O índice atingiu seu maior nível desde junho de 1997, antes da criação da zona do euro, disse nesta segunda-feira o escritório europeu de estatísticas, Eurostat. Fevereiro foi o décimo mês consecutivo em que o desemprego chegou a superar o patamar de 10%.

Além disso, a situação corre o risco de não melhorar no curto prazo.

Prova disso é que o índice PMI, também publicado nesta segunda-feira, evidencia que o setor industrial se contraiu claramente em março, devido a uma redução dos pedidos e da alta dos preços do petróleo, o que deve gerar mais demissões.

"Com uma provável redução da atividade no primeiro trimestre e o risco de uma contração maior no segundo, o desemprego na zona do euro tem grandes possibilidades de superar os 11% este ano", disse Howard Archer, analista da IHS Global Insight.

Segundo a Eurostat, cerca de 17,13 milhões de pessoas estavam inscritas em fevereiro em listas de desemprego na Eurozona (formada por 17 dos 27 países da União Europeia), 162.000 a mais que em janeiro e 1,48 milhão a mais que em fevereiro de 2011.

A Espanha segue liderando o ranking de maior nível de desemprego do bloco, com 23,6%, seguida por Grécia 21%, apesar de que os dados deste país são referentes a dezembro. Em seguida estão Portugal (15%) e Irlanda (14,7%).

Na Itália, o desemprego afetou em fevereiro 9,3% da população ativa, também um novo recorde. Em janeiro, o desemprego na Itália, terceira economia da Eurozona, foi de 9,1%.

Na França, o desemprego afetou 10% da população ativa.

Os menores níveis de desemprego da Eurozona correspondem à Áustria (4,2%), Holanda (4,9%), Luxemburgo (5,2%) e Alemanha (5,7%), disse a Eurostat. No conjunto da União Europeia (UE), o índice de desemprego foi de 10,2%, frente a 10,1% de janeiro.

"A alta do desemprego nos países do sul obedece em grande parte a fatores estruturais, mas reflete mesmo assim as dolorosas consequências das drásticas medidas impostas" para reduzir os déficits em um contexto de crise da dívida, afirma Jennifer McKeown, da Capital Economics.

Esta situação afeta principalmente os menores de 25 anos: em fevereiro, um em cada cinco jovens estava desempregado na zona do euro. Na Espanha e Grécia, o fenômeno afeta um de cada dois jovens.

"Estas diferenças complicam ainda mais a tarefa do Banco Central Europeu (BCE)", disse Martin Van Vliet, do banco holandês ING.

O BCE, que se reúne nesta quarta-feira em Frankfurt, tem como principal missão vigiar a alta dos preços. Contudo, a degradação econômica o levou a adotar uma série de medidas excepcionais de apoio e a reduzir sua principal taxa de juros a um nível historicamente baixo, com a esperança de impulsionar o crescimento.

Nesta quarta-feira, espera-se que o BCE mantenha sua atual taxa de juros (1%) sem alterações pelo quarto mês consecutivo.
AFP

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