A chefe do governo alemão, Angela Merkel, afirmou nesta quinta-feira, 26, seu forte apoio ao programa de reformas promovido pelo novo governo de Mariano Rajoy, para endireitar a situação na Espanha, que tem sido afetada pela crise da dívida, por um crescimento anêmico e por um desemprego em alta.

"Tenho sido informada sobre o programa espanhol (de reformas) e devo dizer que o vejo com grande respeito", disse Merkel, na primeira visita a Berlim feita por Rajoy desde que assumiu o poder, no final de 2011.

Muitas medidas "não são simples e desejamos ao governo (espanhol) tenha um êxito extraordinário pelos esforços que está promovendo", disse a chefe de governo da maior economia da Europa.

"Este ano será um ano difícil", confirmou Rajoy, que discutiu com Merkel sobre o próximo encontro da UE em Bruxelas, no dia 30 de janeiro, dedicado principalmente ao crescimento em um contexto de austeridade.

Rajoy disse em fevereiro que realizará duas reformas estruturais: "Uma trabalhista, baseada em uma maior flexibilidade dos contratos e uma reestruturação do sistema financeiro, que exigirá uma reavaliação dos ativos imobiliários, como o objetivo de retomar o crédito".

O presidente do governo espanhol reiterou seus compromissos de retomar o equilíbrio orçamentário e a criação de empregos.

O desemprego (mais de 20% da população ativa) constitui a maior praga da economia espanhola e afeta dramaticamente os jovens.

Nesse contexto, Rajoy afirmou ter feito a Merkel uma proposta que ele apresentará aos demais dirigentes da União Europeia durante a reunião de Bruxelas na próxima segunda-feira.

O chefe do governo espanhol quer destinar os excedentes dos fundos europeus - fundos de coesão e estruturais - a "programas de criação de emprego".

"Apoio esta proposta espanhola", disse Merkel. "A Alemanha está disposta a mostrar-se completamente flexível e a ver o que pode ser útil nesta situação", completou.

Nesse contexto de crise e reformas, o diretor-gerente do Instituto Internacional de Finanças (IIF), Charles Dallara, representante dos bancos credores da Grécia, chegou nesta quinta-feira à Atenas para prosseguir com a dura negociação entre o governo grego e seus credores privados para reduzir parte da dívida do país - que se encontra sob intensa pressão do FMI.