Réveillon: origem e curiosidades sobre a festa que celebra o novo ano
O Réveillon é um símbolo universal de renovação, em que se celebra o fim de um ciclo e uma esperança de ano melhor. Confira curiosidades sobre a data
18:33 | Out. 20, 2025
O Réveillon, mais do que uma simples passagem de data, é um ritual coletivo que mistura tradições, esperanças e simbolismos para várias comunidades.
No Brasil, a celebração é marcada por praias lotadas, roupas brancas, oferendas ao mar e promessas. Mas de onde vem essa tradição e o que significa “Réveillon”?
Entre pular sete ondas no mar e vestir diferentes cores de roupas para realizar desejos, confira a origem e as curiosidades desse evento.
Réveillon: a importância da festa
Celebrar o fim de um ciclo e o início de outro é um hábito ancestral. O último dia do ano costuma ser um momento de reflexão sobre o que passou e de projeção para o futuro. No Brasil, o Réveillon é uma das festas mais aguardadas do calendário, movimentando o turismo e a economia em várias regiões do país.
Cidades como Fortaleza, Salvador, Rio de Janeiro e Recife atraem multidões para as orlas, com shows gratuitos, shows e festas privadas que reúnem milhares de pessoas.
Além da celebração pública, o Réveillon carrega um aspecto simbólico e emocional. É o instante em que muitos fazem promessas, estabelecem metas e buscam renovar as energias para o ano que chega.
Essa combinação entre festa, fé e esperança faz da virada do ano um dos eventos mais universais da humanidade.
Réveillon: origem e significado da celebração
A palavra “Réveillon” vem do francês réveiller, que significa “despertar” ou “acordar”. Originalmente, o termo era usado para designar jantares ou festas realizadas à noite, especialmente durante o Natal, em que as pessoas permaneciam acordadas até tarde. Com o tempo, passou a ser associada à celebração da passagem do ano.
A origem da comemoração do Ano Novo, porém, é muito mais antiga. Povos como os babilônios já realizavam festividades para marcar o início de um novo ciclo, embora em diferentes épocas do calendário.
Foi apenas no século XVI, com a adoção do calendário gregoriano pelo papa Gregório XIII, que o dia 1º de janeiro passou a ser oficialmente reconhecido como o início do ano em grande parte do mundo ocidental.
Hoje, “Réveillon” é o termo mais usado no Brasil e em países de língua portuguesa para se referir à festa de Ano Novo, embora em outros lugares o nome varie, como “New Year’s Eve”, em inglês, e “Saint-Sylvestre”, na França.
Réveillon: superstições e tradições para a virada de ano
O Réveillon é uma festa marcada por rituais e superstições. No Brasil, é quase impossível passar a virada sem observar pelo menos uma dessas tradições populares.
Pular sete ondas, comer lentilhas, guardar uma folha de louro na carteira ou brindar com champanhe são costumes que simbolizam sorte, prosperidade e proteção para o novo ciclo.
Entre os rituais mais conhecidos está o de usar roupas brancas, tradição que tem origem nas religiões de matriz africana, especialmente no candomblé e na umbanda. A cor representa paz e purificação e, ao longo dos anos, foi incorporada à cultura popular brasileira.
Outros hábitos também ganharam força: não comer aves que ciscam para trás (como o frango), para evitar “retrocesso” no novo ano; fazer pedidos ao estourar o champanhe; e guardar a rolha da bebida como amuleto da sorte.
Cada gesto, por mais simples que pareça, é uma forma de expressar o desejo coletivo de que o próximo ano seja melhor.
O significado das cores na virada:
A escolha da roupa para o Réveillon não é apenas uma questão de estilo, para muitos, é um ato carregado de simbolismo. No Brasil, cada cor é associada a um tipo de energia ou desejo para o novo ciclo.
- Branco: mais tradicional, representa paz e harmonia.
- Amarelo: é a cor da prosperidade e do dinheiro, enquanto o dourado simboliza sucesso e brilho pessoal.
- Vermelho: está ligado à paixão e à força.
- Rosa: ligado ao amor e à afetividade.
Quem busca equilíbrio costuma optar pelo verde, cor da esperança, e os que desejam mudanças podem escolher o azul, símbolo de serenidade. Já o roxo e o lilás remetem à espiritualidade e à transformação.
Essas associações, embora não tenham base científica, fazem parte da cultura popular e ajudam a criar uma atmosfera de boas intenções que envolve a festa.
Réveillon: como é celebrado ao redor do mundo
Embora o espírito da celebração seja o mesmo: o de dar boas-vindas ao novo ano, cada país tem suas próprias tradições para a virada.
Na França, o “Réveillon de la Saint-Sylvestre” é marcado por jantares em que ostras, foie gras e champanhe são típicos. Em Londres, a contagem regressiva acontece ao som do Big Ben, e muito vão assistir enquanto fogos iluminam o rio Tâmisa.
Já em Nova York, a famosa bola de cristal que desce na Times Square simboliza o início do novo ano diante de milhares de pessoas. Na Espanha, a tradição é comer 12 uvas, uma para cada badalada do relógio, representando sorte nos 12 meses seguintes.
Na Itália, as famílias costumam servir lentilhas e jogar fora objetos velhos como forma de “espantar o passado”. No Japão, os templos tocam seus sinos 108 vezes, um ritual budista que representa a purificação dos desejos terrenos.
O Brasil, com suas praias e fogos, tornou-se um dos destinos mais famosos do mundo para o Réveillon. O espetáculo de Copacabana, no Rio de Janeiro, é um dos maiores do planeta, atraindo turistas de diversos países.
Curiosidades sobre o Réveillon
Apesar de ser uma festa global, o modo de celebrar o Réveillon varia conforme as crenças e culturas. Algumas curiosidades chamam atenção:
- O primeiro réveillon oficial registrado com fogos de artifício aconteceu em Sydney, na Austrália, e o país também é um dos primeiros a receber o novo ano por conta do fuso horário.
- Em algumas regiões da Escócia, existe a tradição do “first-footing”: a primeira pessoa a entrar em uma casa após a meia noite deve trazer sorte para o lar.
- Na Dinamarca, é comum quebrar pratos na porta dos amigos como símbolo de amizade e sorte.
- Já em países como a Tailândia, o Ano Novo é celebrado em datas diferentes, como em abril, durante o “Songkran”, o festival das águas.
Seja diante do mar, em uma ceia familiar ou sob o frio europeu, o espírito do Réveillon é o mesmo: celebrar o fim de um ciclo e acreditar que o próximo ano pode ser melhor.