Batalha de Berlim: há 80 anos, conflito iniciava a derrota do nazismo

Batalha de Berlim: há 80 anos, conflito iniciava a derrota do nazismo

Em 16 de abril de 1945, a Batalha de Berlim selou o destino do regime nazista e mudou os rumos da Europa, encerrando a Segunda Guerra Mundial

A Batalha de Berlim foi a ofensiva final das forças aliadas soviéticas contra a capital do Terceiro Reich, ocorrida entre 16 de abril e 2 de maio de 1945, no fim da Segunda Guerra Mundial. Nesta quarta-feira, 16 de abril de 2025, o início desse momento histórico completa 80 anos.

A ofensiva teve início com o ataque das tropas comandadas pelo marechal soviético Georgy Zhukov às Colinas de Seelow, a Leste de Berlim. Após quatro dias de combates intensos, as forças soviéticas conseguiram tomar a posição, mas ao custo de mais de 30 mil soldados mortos.

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Simultaneamente, ao sul, o marechal Ivan Konev liderou suas tropas na tomada da cidade de Forst e avançou rumo aos campos abertos ao sul de Berlim. Parte de suas forças se dirigiu à capital alemã, enquanto outra parcela prosseguiu em direção ao Oeste, para se encontrar com as tropas norte-americanas que também avançavam pela Alemanha.

Esses movimentos resultaram no cerco quase completo do 9º Exército alemão e marcaram o início do colapso do aparato militar que ainda sustentava o regime de Adolf Hitler.

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A resistência de Hitler e a Batalha de Halbe

Apesar do avanço inquestionável das forças soviéticas, a luta por Berlim estava apenas começando. Refugiado em seu bunker no subsolo da Chancelaria do Reich, Adolf Hitler ainda resistia, alheio à realidade que se desenrolava acima de sua cabeça.

Durante uma reunião com o alto comando em 22 de abril de 1945, Hitler chegou a esboçar a admissão da derrota. No entanto, seu secretário pessoal, Martin Bormann, insistiu que ainda havia esperança de reverter a situação.

Essa esperança, porém, revelou-se ilusória. O 9º Exército alemão foi encurralado na floresta de Halbe pelas tropas de Konev, resultando em uma das batalhas mais brutais da campanha. Poucos conseguiram escapar do cerco soviético.

Em 30 de abril, diante da iminente queda da cidade, Hitler cometeu suicídio ao lado de Eva Braun, com quem havia se casado poucas horas antes. Cumprindo ordens deixadas por ele, seus subordinados incineraram os corpos, a fim de evitar que fossem capturados e exibidos, como ocorrera com Benito Mussolini.

O fim da batalha e do Terceiro Reich

Em 2 de maio de 1945, após dias de combates urbanos devastadores, a artilharia finalmente silenciou entre os escombros de Berlim. Segundo veteranos soviéticos, o silêncio que se seguiu à batalha foi “ensurdecedor”, contrastando com a brutalidade dos dias anteriores.

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Menos de quatro anos após ter iniciado a invasão da União Soviética, o chamado "Reich de mil anos" chegava ao fim. A Europa entrava em um novo capítulo de sua história — marcado pela Guerra Fria, mas também por uma inédita e prolongada ausência de guerras em seu território.

Contudo, o custo humano da Batalha de Berlim foi colossal. Milhões de projéteis foram disparados contra uma cidade já exaurida por dois anos de bombardeios sistemáticos da aviação britânica e norte-americana. O número de civis mortos ou feridos é incalculável.

Violência e abusos durante a ocupação soviética

Durante a ofensiva final, o Exército Vermelho avançou com força total sobre a capital alemã. Em uma ironia histórica, os soviéticos empregaram tanques em combates urbanos da mesma forma que os alemães haviam feito, sem sucesso, em Stalingrado.

Os tanques T-34, embora poderosos, eram vulneráveis às armas antitanque portáteis alemãs, como o Panzerfaust, disparado de prédios em ruínas por soldados escondidos. Isso aumentou significativamente o número de baixas soviéticas.

Do lado alemão, a defesa era composta por cerca de 90 mil homens, muitos dos quais eram adolescentes da Juventude Hitlerista ou veteranos idosos, sem qualquer chance real de vitória diante de mais de um milhão de soldados soviéticos.

A população civil, por sua vez, pagou um preço ainda mais alto. Embora a primeira leva de tropas soviéticas mantivesse certo nível de disciplina, as forças que vieram em seguida protagonizaram uma onda de violência, saques e estupros em massa — alimentada, em parte, pelos vastos estoques de álcool encontrados na cidade.

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Relatórios médicos da época, somados ao aumento das taxas de aborto nos meses seguintes, indicam que cerca de 2 milhões de mulheres foram violentadas por soldados soviéticos nos últimos seis meses da guerra, sendo aproximadamente 100 mil apenas em Berlim.

As marcas da Batalha de Berlim ainda hoje

Mesmo oito décadas depois, os vestígios da Batalha de Berlim ainda emergem do solo. Estima-se que cerca de mil corpos ainda sejam encontrados anualmente em Berlim e nos arredores, especialmente nas florestas de Halbe, hoje silenciosas testemunhas de uma das campanhas mais sangrentas da história contemporânea.


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