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Conheça Sealand, a plataforma de guerra que virou o 'menor país do mundo'

Em Sealand não existe sequer um grão em terra firme, sendo nada mais do que uma antiga plataforma de concreto e aço que servia como base naval
21:06 | Set. 18, 2020
Autor Redação O POVO
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Tipo Notícia

O pequeno país de Sealand nasceu como uma plataforma militar britânica chamada Knock John Tower, localizada em um forte a 10 quilômetros da costa inglesa, construída para defender o Reino Unido dos ataques marítimos nazistas durante a Segunda Guerra.

Anos depois de terminada a guerra, Roy Bates, ex-infante da Marinha Real Britânica, levou a mulher e os filhos para conhecer o local que estava abandonado e passou a usar a plataforma para transmitir a programação de sua própria rádio pirata, que chamou de Radio Essex.

As informações são da BBC Brasil. 

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Legalmente ou não, Bates assumiu o controle do local na véspera de Natal de 1966. Nove meses depois, em 2 de setembro de 1967, ele o declarou Principado de Sealand, um gesto romântico no aniversário de sua esposa Joan. Pouco depois, toda a família se mudou para lá.

O ex-militar tomou a iniciativa de criar seu próprio país depois de descobrir que uma corte londrina não autorizou seu despejo do local, já que estava em águas internacionais e, portanto, fora do alcance da legislação britânica. Criou sua própria bandeira, hino, selos, uma moeda e um passaporte, assim oficializando seu país, com apenas 400 metros quadrados.

Historicamente, a fortificação pertence ao Reino Unido, mas está localizada fora dos seus domínios territoriais. O governo de Londres já tentou expulsar a família Bates de Sealand, mas não obteve êxito. Também, a plataforma está fora dos domínios territoriais da França, o que faz de sua localização uma “terra de ninguém”.

Em seu auge, no início da década de 1970, Sealand tinha 50 pessoas morando na plataforma, incluindo parentes, amigos e pessoal de manutenção. Lá não existe sequer um grão em terra firme, sendo nada mais do que uma antiga plataforma de concreto e aço que servia como base naval, erguida nas águas do sudeste da Inglaterra. O acesso à ilha só é possível por helicóptero ou barco.

Documentos do governo britânico revelam que, no fim dos anos 60, Sealand era vista como uma ameaça real. Oficiais debateram se seria o caso de bombardear o forte. Pensaram melhor e desistiram.

Em cinco décadas de existência, Sealand teve golpes e contragolpes, crise de reféns, ataques de mercenários, planos para se tornar um cassino, um refúgio digital para o crime organizado, uma base do Wikileaks, inúmeras fantasias tecnológicas e nenhuma concretizada com sucesso.

Mas a independência custa caro. Para financiar os custos operacionais de Sealand, incluindo os dois seguranças em tempo integral que vivem na micronação o ano todo - a loja online de Sealand vende camisetas, selos e títulos reais. Um título de nobreza de Lorde, Lady, Barão ou Baronesa custa 29,99 libras (ou aproximadamente R$ 210).

As normas usuais de alfândega e imigração também não se aplicam, é claro. Só é possível fazer uma visita com um convite oficial do príncipe, que vai até lá três vezes por ano. Apesar de todo o contexto histórico, atualmente ninguém mora em Sealand.

Em 2012, o Príncipe Roy Bates veio a falecer por complicações causadas pelo Alzheimer. Seu filho, Michael, já era considerado o príncipe regente de Sealand desde 1999. Hoje, ele vive na Inglaterra e colocou Sealand à venda, mas ainda administra o pequeno país. O príncipe participa de convenções e congressos ao redor do mundo para falar sobre o seu país e outros semelhantes, aproveitando para vender passaportes, títulos de nobreza e moedas.

 

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