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Projeto de monitoramento protege filhotes de tartaruga-marinha em Flecheiras

Cerca de 380 animais foram devolvidos ao mar. Nesta sexta-feira, 9, na praia de Cana Brava, também em Trairi, foram 62 filhotes auxiliados pela iniciativa
11:21 | Nov. 10, 2018
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Tipo Notícia
[FOTO1] Na manhã da última quinta-feira, 8, foi registrado em vídeo o lançamento ao mar de um filhote de tartaruga-marinha. Da espécie tartaruga-pente, animal nasceu nas areias da praia de Flecheiras, no Trairi, a 130km de Fortaleza. No vídeo, Haroldo Cesar, coordenador de monitoramento de pesca de um projeto de Trairi, pede contribuição daqueles que passem no local para que ajudem a devolver os animais ao mar.
 
Haroldo realiza o monitoramento se informando com pescadores que saibam da localização do "ninho" das tartarugas - local onde os ovos são depositados. "Em troca, eu ajudo eles a resolverem as documentações das embarcações, junto à Marinha e ao Escritório Federal da Pesca", disse ele, em entrevista ao O POVO Online
 
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Segundo Haroldo, cerca de 380 animais, divididos em sete ninhos, já foram devolvidos ao mar. Na sexta-feira, 9, na praia de Cana Brava, também em Trairi, foram 62 filhotes auxiliados.
 
Ele também afirma que um grande número de tartarugas morre no litoral de Trairi. Para ajudar na conscientização, Haroldo já conseguiu que uma palestra do Projeto Tamar fosse realizada no local.
 
O POVO Online conversou com o biólogo Célio Ribeiro, do projeto Rizoma de Trairi, que informou que acompanharia o nascimento dos ninhos informados por Haroldo César. "Essa espécie está catalogada como crítica na possibilidade de extinção. Na ocorrência de ninhos em ambiente de turismo em Flecheiras deve ser dito para os visitantes pra que possamos protegê-las", disse Célio. Segundo ele, a comunidade de Flecheiras será alertada e a desova será acompanhada por ele, alunos e pelo próprio Haroldo.
 
"Trabalhamos na perspectiva educomunicativa e tudo isso vira matéria pelos alunos nas redes. Esses trabalhos se transformam em ciência e apresentamos em congressos de educomunicação pelo Brasil. A secretaria de Educação do Estado já está nos apoiando nessas ações, promovendo oficinas com outras escolas", contou Célio. 
 
Segundo Célio Ribeiro, por muito tempo as tartarugas serviram de alimento para os pescadores e suas famílias, o que fez com que elas entrassem em situação de risco. "Agora, como ação reversa, estamos tentando empoderar os filhos destes pescadores para proteção das espécies", esclareceu ele. 
 
Também está sendo realizado um trabalho de proteção do cavalo-marinho nos manguezais do estuário do rio Mundau. "O Hippocampus reidi (cavalo-marinho) é uma outra espécie que se encontra em risco. Tartarugas, peixes, algas e ecossistemas costeiros têm que ser protegidos. Estamos nessa luta como escola educomunicativa e formadores de bons cidadãos".
 
Célio alerta também para que os turistas que visitem a praia de Flecheiras tenham atenção com a desova, ajudando a preservar a tartaruga-pente.
 
Com informações do repórter Italo Cosme
Redação O POVO Online

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