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Açude Caldeirões sangra em Saboeiro

A sangria do reservatório ocorreu pela liberação de água do açude Arneiroz II. A vazão foi autorizada pela Comissão Gestora, formada por 20 representantes das cidades da região
11:40 | Set. 20, 2016
Autor Amanda Araújo
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O açude Caldeirões, em Saboeiro, atingiu novamente sua capacidade máxima de 1.130.000 m³, na última quinta-feira, 15. Atualmente, ele é o único manancial sangrando no Ceará, que tem 129 açudes com volumes inferiores a 30%, segundo monitoramento da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh).

A sangria do açude, que abastece comunidades ribeirinhas nas localidades Barrinha e Poço Grande, ocorreu pela liberação de água do açude Arneiroz II. O gerente do escritório regional da Cogerh em Iguatu, Lauro Filho, explica que a vazão foi autorizada pela Comissão Gestora, formada por 20 representantes das cidades da região, como Parambu, Tauá e Saboeiro.

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"Antes da crise hídrica, o Arneiroz II atendia todos os municípios da região do Saboeiro, em trecho de 114 km. Até a cidade de Jucás, ele possui nove pequenas barragens, incluindo a do Caldeirões, que entrou no nosso monitoramento em 2014. Como não teve água em 2015, aprovamos a liberação", explicou ao O POVO Online.

Segundo Lauro Filho, na primeira reunião, no dia 22 de junho, o Comitê deliberou uma vazão mínima de 105 litros por segundo para o abastecimento de Tauá e uma máxima de 550 litros por segundo para a barragem do Caldeirões.

Devido à grande perda de água pela evaporação, a estratégia foi a liberação de água em uma técnica de "onda" de mil litros por segundo. "Nossa grande vilã é a evaporação, que corresponde a algo em torno de 17 milhões de m³ de água perdida só para deixar a água no reservatório. Infelizmente, a evaporação é bem maior que a própria liberação", esclarece.

O açude Arneiroz II está com 21,40% de sua capacidade nesta terça-feira, 20, assegurando abastecimento de Tauá e outras localidades até o primeiro trimestre de 2018. A captação para o município de Jucás, desde 2014, é oriunda do açude Múquem, em Cariús. Lauro diz que, por enquanto, a sangria do Caldeirões não será alterada. "Vamos avaliar o atendimento das comunidades, fazendo o acompanhamento diário".

Em 2016, o Caldeirões foi o primeiro a sangrar, em 19 de janeiro. Na capital cearense e nos municípios da Região Metropolitana, já está vigorando a nova meta de 20% de economia de água. Os metros cúbicos que ultrapassarem os 80% do consumo médio (medido entre outubro de 2014 e setembro de 2015) serão tarifados em 120%.

O açude Castanhão está com capacidade de 6,47% e já recebe mais água do Orós,  com 21,34% da capacidade, conforme dados da Cogerh nesta terça. Estima-se que essa água seja suficiente para abastecimento até março de 2017.

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