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O que se sabe e o que não se sabe até agora sobre a chacina de Palmácia

Em coletiva nesta segunda-feira, 16, as forças policiais envolvidas nas investigações do caso concederam entrevista coletiva com esclarecimentos sobre o crime
16:41 | Jul. 16, 2018
Autor Samuel Pimentel
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Samuel Pimentel Jornalista no OPOVO
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Tipo Notícia

Segundo informações colhidas pela Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e equipe da Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce), os homens estariam caçando animais nessa serra quando foram surpreendidos por criminosos encapuzados que executaram as vítimas. A Pefoce afirma que armas de diferentes tipos e calibres foram utilizadas no crime que matou Antônio Barbosa Sousa, de 56 anos; Paulo Sérgio dos Santos da Silva, de 30 anos – filho de Antônio Barbosa Sousa -; Francisco Antônio Pereira de Abreu, de 43 anos; José Roniely Costa Pereira, de 25 anos, e José Edson Ferreira dos Santos, 42.

Confira lista de perguntas e respostas sobre a chacina de Palmácia:


-O que se sabe:
Quais são as linhas de investigação da Polícia?

Em entrevista coletiva na manhã desta segunda-feira, 16, o delegado da DHPP Leonardo Barreto afirmou que a principal linha de investigação para o crime é vingança pela tentativa de estupro de uma menina.

Outra linha investigatória é que as vítimas estariam realizando roubo a gado e estupros na região. Essa visão foi a primeira a ser levantada após o crime, em coletiva que anunciava balanço dos homicíos no Estado pelo titular da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), André Costa.


Quem era o "principal alvo" do crime?

Na entrevista coletiva dessa manhã, a Polícia informou que além das cinco pessoas mortas na chacina, mais uma estaria no grupo naquele momento, mas conseguiu fugir e sobreviver. 

O sobrevivente é fugitivo da Cadeia Pública de Palmácia e acusado de tentativa de estupro de uma menina. De acordo com a Polícia, ele seria o "principal alvo" dos criminosos.


Quem seria esse suposto estuprador?

[FOTO2]Segundo a delegada Ana Vitória, da 10ª Delegacia da DHPP, após fugir do sistema prisional, Antonio Augusto estava se escondendo na casa da família. Entre os mortos na chacina estão seu pai, Antônio Barbosa Sousa, de 56 anos, e seu irmão, Paulo Sérgio dos Santos da Silva, de 30 anos.

Segundo informações da SSPDS, além de Antonio Augusto, seu pai, Antônio Barbosa, era o único com mandado de prisão em aberto por homicídio qualificado.

 
Como atuaram os assassinos na prática do crime?

Para praticar o crime, os assassinos usaram blusas da polícia e enxadas. No local, foram achadas drogas, entre elas, cocaína. Os cinco homens assassinados caçavam em uma serra de difícil acesso quando foram surpreendidos pelos assassinos encapuzados na madrugada da sexta-feira, 13, por volta das 4h30min.

Segundo informações repassadas ao O POVO Online por perito da Pefoce, projéteis deflagrados de armas de diversos calibres, como .40, 380 e revólver calibre 38 foram encontrados. Também foram recolhidas duas foices no local dos assassinatos. Rômulo de Oliveira Lima, coordenador de Perícia Crminal da Pefoce, pôde ser constatado que as vítimas sofreram tortura. "Nós pudemos ver os sinais de crueldade e violência. Tinha pessoas amarradas umas as outras e também amarras sozinhas. Exames confirmaram a tortura e também pudemos que foram dispardos tiros conjugados, ou seja, provenientes da mesma munição", afirmou em coletiva realizada nesta manhã na SSPDS.


Quem foi preso até o momento?

Após informar que ainda na sexta-feira, 13, a Polícia havia prendido três suspeitos de participação na chacina sem detalhar nomes, a SSPDS confirmou nesta segunda-feira, 16, que quatro suspeitos estão sob custódia suspeitos de participação no crime. Identificados como Francisca Maria Pereira Sales, que indicou a residência onde aconteceu tudo, Antônio Evaldison Azevedo Fernandes (vulgo "Cabo Vitor"), André do Nascimento de Araújo e Wagli Edmar da Silva Viana, ambos presos no Bom Jardim.

As prisões foram todas feitas em sequência, com pouco tempo de diferença. Segundo as investigações, os homens têm ligação com série de crimes no bairro da Capital. Todos foram autuados por homicídio qualificado e organização criminosa.
 
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Quem seria o mandante do crime?

O mandante do crime seria Francisco Antônio Azevedo Fernandes,  o "padeirinho", de 32 anos, que segue foragido. Ele é irmão de Antônio Evaldison - conhecido como "cabo Victor" -, já preso na operação.

Francisco Antônio é primo da menina que sofreu tentativa de estupro, suspostamente por Antonio Augusto dos Santos, o sobrevivente da chacina que está desaparecido. "Ele planejou toda a empreitada e reuniu outros integrantes", disse o delegado plantonista da DHPP que trabalhou na chacina, Ciro Lacerda.


O crime tem envolvimento de facções criminosas?

Segundo informações repassadas pelo delegado plantonista da DHPP, Ciro Lacerda, os acusados pela chacina de Palmácia seriam de facção criminosa que atua no Grande Bom Jardim. Mas, o crime seria de cunho pessoal, pois seria motivado pela tentativa de estupro de uma prima do mandante do crime, Francisco Antônio Azevedo Fernandes, o "padeirinho".

"Por ser de uma facção criminosa, achou de bem tentar fazer justiça com as próprias mãos", disse Lacerda sobre os suspeitos dos assassinatos.

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Os mortos da chacina também eram criminosos?

A delegada Ana Vitória, titular da 10ª Delegacia da DHPP, disse que os executados também praticavam roubos de animais e já tinham inimizades com o mandante do crime.

Entre as vítimas, apenas Antônio Barbosa Sousa, de 56 anos, tinham mandado em aberto por homicídio qualificado. Apontado pelas investigações como "principal alvo" da chacina, Antonio Augusto dos Santos Silva é fugitivo da Cadeia Pública de Palmácia. Os outros quatro mortos não tinham histórico criminal.


-Pergunta sem resposta:
Por onde está Antonio Augusto? Ele se feriu no atentado?

A Polícia ainda não sabe o paradeiro de Antonio Augusto após o crime e qual seu estado de saúde. O "principal alvo" da chacina, segundo as forças policiais, segue desaparecido.

Inquérito será concluído em 10 dias. Operação foi conjunta entre a Polícia Civil e a Polícia Militar do Ceará.

Equipes da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) estão à frente das investigações do crime. A Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) disponibilizou contatos para denúncias. São eles o (85) 3257-8807, do DHPP, ou ainda para o número (85) 99111-7498, que é o WhatsApp do Departamento, por onde podem ser feitas denúncias via mensagem, além do 181. O sigilo das denúncias é garantido.
 

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