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Produtores protestam contra liberação de água do Orós para o Castanhão

Manifestação foi realizada nesta quarta-feira, 16
22:15 | Nov. 16, 2016
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Moradores e produtores rurais do município de Orós, na região Centro-Sul do Ceará, realizaram na manhã desta quarta-feira, 16, manifestação contra o esvaziamento do reservatório do município que passou a liberar 16 metros cúbicos por segundo para atender a demanda do Baixo Jaguaribe e da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). As águas do Orós chegam ao Açude Castanhão pelo Rio Jaguaribe.


O nível do açude está caindo, alerta os manifestantes. “Estamos preocupados porque mais uma vez estão secando o Orós. A população local e os produtores vão sofrer, enfrentar prejuízo, sem nenhuma compensação”, disse o integrante do Comitê da Bacia do Alto Jaguaribe, Paulo Landim.

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Além da cidade de Orós, as águas do açude atendem demanda de criadores e agricultores no entorno da barragem e do abastecimento de dezenas de localidades rurais. O manancial também reabastece o Açude Lima Campos e a cidade de Icó, além do Baixo Jaguaribe e da demanda da RMF. “A prioridade deveria ser o uso da água para consumo humano, mas ainda estão brigando por água para irrigação e criatórios de peixe e camarão no Baixo Jaguaribe”, denunciou Landim.


A operação de liberação de água do açude começou em setembro deste ano com 10 m3/s e agora foi ampliada para 16m3/s. De acordo com o portal hidrológico da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), o açude Orós, atualmente, acumula 17,9% de sua capacidade.


Os manifestantes disseram que não são contra a liberação de água, mas reclamam da falta de apoio e de contrapartida do Governo. “Muitas comunidades vão ficar sem água e a perfuração de poço só é viável se houver instalação de dessalinizadores porque a água é salobra”, disse Evanilson Saraiva, morador de Barrocas, localidade ribeirinha do Orós.

Cogerh
O presidente da Cogerh, João Lúcio Farias, garante que a liberação de água do açude de Orós não comprometerá o abastecimento humano e a atividade econômica da região. Ele explica que houve uma análise sobre a vazão e que foi debatida em três reuniões os Comitês das Bacias do Jaguaribe para chegar ao entendimento da liberação.


A locação de água segue até 30 de janeiro, período dentro da quadra chuvosa, quando o reservatório terá, segundo previsão da Cogerh, cerca de 170 milhões m³. "A gente trabalhou dando a garanti de reserva para conseguir o abastecimento para toda a cidade e atender ainda as atividades no alto médio Jaguaribe", disse João Lúcio.

 

Colaborou Amaury Alencar

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