Julgamento de acusado de matar ambientalista Zé Maria do Tomé é marcado

Francisco Marcos Lima Barros deverá ser submetido ao Júri Popular no próximo dia 19 de outubro

A Vara Única Criminal de Russas, no Vale do Jaguaribe, marcou para o próximo dia 19 de outubro o julgamento do acusado de matar o ambientalista José Maria Filho, o Zé Maria do Tomé, em abril de 2010. A sessão do júri foi designada no último dia 1º de abril.

A nova data foi definida após o júri que ocorreria em 6 de outubro de 2022 ser adiado a pedido da defesa de Francisco Marcos Lima Barros. Entre os motivos alegados, estavam a falta de tempo hábil para preparação para o julgamento e a coincidência da data com uma audiência que o advogado da defesa participaria.

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Zé Maria do Tomé foi morto em Limoeiro do Norte, também no Vale do Jaguaribe, por causa de seu ativismo contra o lançamento de agrotóxicos em plantações com uso de aviões, conforme as investigações. A partir de seu ativismo, a Câmara de Vereadores de Limoeiro do Norte promulgou, em 2009, lei que proibia a pulverização aérea com agrotóxicos.

Quatro pessoas foram inicialmente acusadas pelo crime. Dois deles foram impronunciados, ou seja, a Justiça entendeu que não havia provas suficientes para submetê-los ao Tribunal do Júri. São eles: o acusado de ser o mandante do crime e aquele que teria intermediado a contratação dos pistoleiros, apontado como “homem de confiança” do suposto autor intelectual.

Francisco Marcos é acusado de ter auxiliado os executores do crime, Westilly Hytler Raulino Maia e Antônio Wellington Ferreira Lima. Ele nega. Westilly Hytler e Antônio Wellington morreram antes de serem julgados, ambos em ações policiais. Westilly Hytler foi morto por intervenção policial em 2010, enquanto Antônio Wellington foi morto em 2013.

Conforme o Ministério Público Estadual (MPCE), o nome de Francisco Marcos foi encontrado na agenda de Westilly Hytler, assim como os dois mantiveram contato por meio de ligações telefônicas. O réu não teria apresentado versão convincente sobre esses apontamentos.

"Na fase inquisitorial, de início, afirmou desconhecê-lo, em seguida, declarou conhecê-lo do Rio de Janeiro, por fim confessou tê-lo conhecido por intermédio de Wellington", consta em acórdão que manteve a sentença de pronúncia em relação a Francisco Marcos.

"Já em Juízo, afirmou que o desconhecia, atribuindo os contatos, talvez, ao comércio de frutas. A testemunha [...] afirmou, contudo, que seu companheiro Westilly Hytler nunca exerceu essa atividade, na verdade vivia da prática de ilicitudes."

Assassinato de Zé Maria do Tomé: saiba mais sobre o caso

Zé Maria do Tomé foi morto em 21 de abril de 2010, por volta das 15 horas, na localidade de Sitio Tomé, na Zona Rural de Limoeiro do Norte. Ele foi morto com 25 tiros de pistola enquanto trafegava em sua motocicleta por “uma estrada pouco movimentada e com vasta vegetação de arbustos e bananais”, conforme sentença de pronúncia.

O desaforamento de Limoeiro do Norte para Russas ocorreu por conta das instalações físicas “modestas” e de “lotação limitada” do Fórum de Limoeiro, “não comportando o público interessado em assistir o julgamento”.

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Segurança Pública Ceará Justiça Ceará Zé Maria do Tomé Julgamento ambientalista morto Limoeiro do Norte

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