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Para não pagar funcionários, família os ameaçava com arma de fogo

Material apreendido, de acordo com o MPCE, comprova ainda a prática de ameaças cotidianas a policiais civis envolvidos nas investigações dos crimes
20:00 | Out. 06, 2017
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Uma operação do Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE), com apoio da Polícia Civil e da Promotoria de Justiça, resultou na prisão de quatro empresários suspeitos de extorsão, denuncia caluniosa e falsidade ideológica, em Jaguaribe. Os presos são todos da mesma família - mãe, duas filhas e um filho. A família ameaçava com armas funcionários para não pagar direitos trabalhistas, conforme a investigação iniciada em março último.

"Elas faziam os funcionários assinarem um termo de reconhecimento de dívida, negando férias proporcionais, verbas rescisórias. As pessoas eram demitidas e ainda ficavam devendo", explica o promotor de Justiça da Comarca de Jaguaribe, Edilson Izaias de Jesus Junior.

A mãe e as duas filhas, identificadas como Monita Diógenes de Queiroz, Rebeca Diógenes de Queiroz e Brena Juliane Diógenes Dias, foram detidas durante a manhã dessa quinta, 5. No fim do dia, o filho Rodrigo Diógenes Dias foi preso. A família é proprietária de pelo menos seis empresas, entre elas uma madeireira.
Essas ameaças com armas eram feitas pelo filho, conforme o promotor de Justiça. "Elas não faziam essas ameaças diretamente, mas também eram temidas. A gente tem informação de que (as mulheres) andavam armadas, mas não apreenderam armas com elas", cita ele.

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As prisões ocorreram na segunda fase da operação "A Profecia", cuja primeira fase foi deflagrada em maio com busca e apreensão em uma das empresas. O material apreendido, de acordo com o MPCE, comprova ainda a prática de ameaças cotidianas a policiais civis envolvidos nas investigações dos crimes.

Segundo Edilson Izaias, a investigação aponta que a família abria empresas e pedia empréstimos que chegaram à ordem de R$ 5 milhões em nome de laranjas, muitas vezes analfabetos. "Houve uma investigação aprofundada pela Polícia Civil e Ministério Público. Elas atearam fogo em contratos sociais aditivos para ocultar as provas, ameaçaram policiais", narra o promotor.

"A profecia" teve a participação de mais de 30 policiais civis de equipes de Jaguaribe e Fortaleza, de oito delegados da Polícia Civil e dos promotores de Justiça Eloilson Augusto da Silva Landim e Edilson Izaias de Jesus Junior. Os mandados de prisão preventiva foram concedidos pelo juiz titular da Comarca de Jaguaribe, Lucas Medeiros de Lima.

Redação O POVO Online

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