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Há uma semana, incêndio atinge vegetação na Serra do Quincuncá

Por enquanto, apenas moradores da região atuam no combate às chamas. Corpo de Bombeiros priorizou atendimento a incêndios em regiões mais próximas a moradias. Ciopaer sobrevoa nesta tarde a área para elaborar estratégia de atuação
11:50 | Out. 13, 2016
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Um incêndio atinge a vegetação da Serra do Quincuncá, no Cariri Cearense, há cerca de uma semana. Relatos de testemunhas apontam que as labaredas chegam a ter mais de quatro metros de altura. Moradores da região também apontam que as chamas estão próximas ao Pontal do Padre Cícero, em Farias Brito, também no Cariri Cearense.


A técnica de queima da mata conhecida como broca de roça é apontada como causa para o incêndio. O Corpo de Bombeiros ainda não atua no combate às chamas. Atendimento a incêndios em regiões de vegetação em Juazeiro do Norte e no Crato, também no Cariri, concentraram os contingentes. Na segunda-feira, 3, um cidadão comunicou ao 5º Grupamento de Bombeiros (5º GB) o incêndio na serra e, com a constatação de que o fogo não atingia regiões próximas a residências, foi orientado para que alertasse a evolução do fogo. Até o momento, novo chamado não foi registrado, informa o major Noberto Santos, comandante da 2ª Seção do 5º Grupamento de Bombeiros (2ª SB/5º GB).

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"Eu tenho, diariamente, tentado com as demais pessoas debelar esses focos, mas, infelizmente, o fogo está muito alto. Estamos inclusive temendo que possa haver mortes de animais e até de pessoas que estão residindo próximo às propriedades que estão sendo queimadas pelo fogo", diz o agricultor Pedro Oliveira.
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Na tarde desta quinta-feira, 13, devem sobrevoar a região aeronaves da Coordenadoria Integrada de Operações Aéreas (Ciopaer). A partir dessa contemplação, serão traçadas as estratégias de combate ao fogo, explica o major Noberto.


Segundo ele, nesta época do ano, "quase todo dia" as guarnições são acionadas para incêndio em regiões de vegetação no Cariri. O calor e a baixa umidade aliados a "atos irresponsáveis", como queimadas ou descarte na mata de pontas de cigarro, compõem quadro ideal para a proliferação dos focos, afirma o major.


Consequências
Pároco da cidade, o padre Adalmiran Vasconcelos, lamenta a falta de estrutura da cidade para combater o fogo e práticas que proporcionam os sinistros. "Todos perdem: a natureza, em sua fauna e flora, a população, com a contaminação dos poucos reservatórios de água nessa estiagem, e o projeto de desenvolvimento turístico sustentável que estamos implementando no Pontal do Padre Cícero", afirma.


O ambientalista Francisco Pereira Oliveira critica a falta de atendimento de órgãos como Corpo de Bombeiros, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos (Ibama) e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). As dificuldades geográficas da região, como locais muito íngremes, dificultam a atuação da comunidade na contenção das chamas, diz.


"Nós estamos com as mãos na cabeça, sem saber mais para onde pedir socorro. Se os focos não forem debelados poderá ocasionar a morte de animais e até de pessoas que residem às margens dessas propriedades", assegura ele.

Redação O POVO Online, com informações de Amaury Alencar/Especial para O POVO

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