Estudantes denunciam superlotação em transporte universitário do Eusébio

Estudantes universitários que moram no Eusébio – cidade a 21,9 km de Fortaleza – denunciam as condições do transporte universitário oferecido pelo Município. Serviço, de acordo com a Prefeitura da Cidade, contempla 1.300 estudantes em 15 rotas por dia.

 

Na terça-feira, 1º, um vídeo que circulava em grupos de WhatsApp relacionados ao transporte exibiam os estudantes amontoados. As imagens mostravam ainda que, para que parte dos estudantes consiga sair do veículo, diversas pessoas que estão na frente precisam descer para que o desembarque aconteça. 

Veja vídeo completo

O serviço é alvo recorrente de reclamações por parte dos alunos de universidades públicas. Entre os principais problemas apontados pelos estudantes estão superlotação, atrasos e adiantamentos sem aviso prévio, cadeiras quebradas, ausência de climatização, janelas que não abrem, barras de apoio soltas e falta de cintos de segurança.

Relatos dos estudantes

Rodrigo Maciel, estudante de Psicologia da Universidade Federal do Ceará (UFC), foi quem registrou as imagens mais recentes. Segundo ele, um erro de planejamento nas rotas – que mudam com frequência – fez com que apenas um ônibus atendesse os alunos da UFC (campi Benfica e Pici), do Instituto Federal do Ceará (IFCE) e da Universidade Estadual do Ceará (Uece). 

“Aguardei o ônibus da Universidade Federal do Ceará e tentei subir. Não tinha como entrar na parte de trás, onde vão os passageiros sentados, porque não havia mais espaço nem para ficar em pé! O motorista tentou trazer para dentro a maior quantidade possível de estudantes, mas aí chegou o momento que não tinha mais como. Vários estudantes deixaram de ser levados por não conseguirem entrar”, relatou.

“Quando cai chuva é a mesma coisa que se estivesse do lado de fora tomando banho de chuva. Tem goteiras dentro do ônibus que tornam os assentos um verdadeiro passeio no lago”, descreve Eric Moreira, 20, estudante de Economia na UFC.

Além dos problemas estruturais, os estudantes relatam não ter respostas sobre as denúncias junto à gestão municipal.

“Mandei mensagem de manhã, inclusive marcando o responsável do município pela gestão e ele sequer respondeu. É isso! A gente fala, fala, fala e não tem resposta!”, reclama Rodrigo.

O descaso é evidente. Há cerca de oito anos fazemos reclamações constantes, praticamente diárias, mas, infelizmente, raramente recebemos qualquer resposta do secretário de transporte ou do responsável pela empresa terceirizada”, diz Lara.

 

Prefeitura diz que acompanha transporte universitário

Em nota, a Prefeitura do Eusébio afirmou que “acompanha de perto a operação do transporte universitário, serviço mantido com recursos próprios e que, mesmo não sendo uma obrigação legal do município, é oferecido como apoio aos estudantes e suas famílias”.

A gestão justificou a superlotação como consequência do “aumento gradual da demanda ao longo do semestre”. E que, ciente da situação, está realizando uma nova avaliação da demanda neste mês de julho. Objetivo, segundo a nota, é "redefinir as necessidades e ajustar a oferta do serviço”.