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Cônsul de Cabo Verde busca informações sobre morte de estrangeira no Eusébio

O diplomata foi recebido se reuniu com a delegada Ana Lúcia Moreira, que investiga o caso. A tia da vítima prestou depoimento na manhã desta segunda-feira, 1º
17:47 | Ago. 01, 2016
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Tipo Notícia
A titular da Delegacia Municipal do Eusébio, Ana Lúcia Moreira, recebeu na manhã desta segunda-feira, 1º, o cônsul honorário de Cabo Verde no Ceará, Roberto Marinho, para tratar sobre as investigações da morte da estudante cabo-verdiana Vânia Sofia Fernandes.

O corpo da jovem de 21 anos foi encontrado em um carro localizado dentro da garagem do namorado dela - um policial militar - na última quarta-feira, 27 de julho. O corpo da vítima segue na Perícia Forense do Ceará (Pefoce).

O diplomata foi acompanhado por representantes da Coordenadoria Especial de Igualdade Racial do Governo do Estado e pela tia da estudante, Dulce Cardoso, que prestou depoimento por mais de uma hora.

“A função do consulado nesse caso é prestar apoio à família de uma cidadã de Cabo Verde para tentar minorar essa dor”, disse Marinho. Segundo ele, o consulado tratará sobre trâmites burocráticos para a liberação do corpo e também buscará apoio para o traslado junto a órgãos do Governo do Estado.

“Não lidamos com recurso financeiro. Não temos como agir diretamente nessa questão do traslado, mas vamos tentar com outras fontes. A gente sabe que é um valor alto e que a família não dispõe”, disse.

A titular da Coordenadoria Especial de Igualdade Racial do Governo do Estado, Zelma Madeira, informou que irá acompanhar as investigações do caso. “Dentro da coordenadoria, nós damos apoio aos africanos que estão aqui e temos interesse que esse caso seja elucidado”, afirmou.

Em nota, a Polícia Civil afirmou que os aparelhos celulares da vítima e do namorado e um notebook foram apreendidos. O material será encaminhado para a Perícia, onde serão analisados. O laudo cadavérico deve estar pronto em 30 dias, podendo ser prorrogado. 
 
O caso
Vânia Sofia Fernandes é natural do concelho de São Domingos, na Ilha de Santiago, em Cabo Verde. A jovem veio para o Brasil há dois anos com o objetivo de se tornar comissária de voo e estava matriculada em curso particular de inglês em Fortaleza.

A estudante foi encontrada morta pelo namorado dentro do carro dele, na garagem do policial, no município de Eusébio. Os dois mantinham um relacionamento há quatro meses. A delegada Ana Lúcia Moreira disse ao O POVO, na última sexta-feira, 29, que a primeira linha de investigação aponta para suicídio. 

A estudante teria pegado a arma do policial, que estava no porta-luvas do carro, e atirado na própria cabeça. De acordo com a delegada, foi encontrada uma “carta de despedida, supostamente escrita pela vítima”.

A família questiona essa versão. Para eles, Vânia não tinha histórico de depressão e mantinha um relacionamento conturbado com o policial militar.

O namorado da vítima já foi ouvido pela delegada. De acordo com a titular da DME, o policial “fez questão de ser submetido ao exame residuográfico”, utilizado para detectar resíduos nas mãos de pessoas que fizeram uso de arma de fogo. O inquérito policial foi instaurado.

Traslado
A família de Vânia realiza campanha por meio das redes sociais para arrecadar dinheiro para o traslado do corpo da vítima para a cidade natal. De acordo com a tia da estudante, Dulce Cardoso, as primeiras pesquisas de preço apontam para um custo de R$ 8 mil reais, valor que a família não tem condição de arcar.

Segundo Dulce, a família está muito abalada com o caso e aguarda respostas da Justiça. “É uma situação muito difícil. Minha sobrinha veio ao Brasil com o sonho de se tornar comissária de bordo. Todas as pessoas estão muito tristes”, relata a parente. “A distancia e a demora (dos trâmites burocráticos) são ainda fatores ainda mais complicados”, continua. 
 
Redação O POVO Online 

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