Justiça torna réus italiano e dois brasileiros por assassinato de albanês em Caucaia

Crime teria sido planejado por quatro pessoas, uma delas ainda não foi identificada. Segundo o Ministério Público do Ceará (MPCE), o albanês foi alvo de uma emboscada armada por seu próprio chefe

A Justiça cearense acolheu denúncia do Ministério Público do Ceará (MPCE) e julgará um italiano e dois brasileiros suspeitos de terem encomendado a morte de um turista albanês em Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza. O crime aconteceu em fevereiro de 2019, na praia da Tabuba. Assinada pelo promotor de Justiça Jairo Pequeno Neto, a denúncia foi encaminhada ao Poder Judiciário na última terça-feira, 19, e acolhida já no dia seguinte.

De acordo com as investigações do MPCE, a vítima, identificada como Alban Gropçaj, que à época tinha 28 anos, era funcionário do italiano em uma empresa sediada na Itália, mas viajou ao Brasil a pedido do patrão para fazer companhia a ele. Quatro dias após sua chegada ao Ceará, o albanês foi executado a tiros por duas pessoas — uma delas ainda não identificada — a mando do próprio chefe e de uma brasileira, que teria um relacionamento com ele. Ambos não tiveram as identidades reveladas.

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Na denúncia, o promotor argumenta que o italiano planejou a morte do funcionário por interesses financeiros. Jairo Pequeno pontuou que a vítima estava desenvolvendo um grande projeto na empresa do italiano e, com a ascensão profissional dele, o empresário temia que o empregado pudesse atrapalhar seus negócios.

Já a brasileira, também apontada como mandante, acreditava que o albanês era um obstáculo no relacionamento que ela mantinha com o italiano, já que, segundo a denúncia, a vítima orientava o patrão a se afastar dela.

O crime

Alban foi assassinado durante uma emboscada na volta de um restaurante de Fortaleza, para onde tinha ido com o italiano. No retorno à casa do empresário, no Cumbuco, em Caucaia, os dois foram abordados por dois homens armados em uma motocicleta. Após interceptarem o carro, a dupla teria retirado o albanês do veículo e disparado contra ele três tiros, sendo dois na cabeça e um no ombro.

Segundo o MPCE, nada foi levado das vítimas na ocorrência, o que descartaria a hipótese de latrocínio, quando há roubo seguido de morte. A investigação ainda apontou que o carro conduzido pelo italiano estava parado de forma alinhada, com as portas fechadas, próximo ao meio-fio, e que nenhuma freada brusca foi ouvida no momento da interceptação dos assassinos. Os indícios, diz o MPCE, levam a crer que o italiano estacionou o veículo à espera dos criminosos.

Evidências apontadas pelas investigações

De acordo com a apuração, a vítima não tinha inimigos na Itália, muito menos no Brasil, pois havia desembarcado no Ceará menos de uma semana antes da data em que foi morto. Nesse tempo não teria se envolvido em nenhuma situação que pudesse criar desafetos. Testemunhas também afirmaram não ser comum a ocorrência de roubos à noite no bairro onde o crime foi registrado.

“Depreende-se que aquele jantar foi mero pretexto para tirar o albanês de casa e assim fazer surgir a oportunidade de assassiná-lo na rua, em um lugar pouco movimentado, tentando transparecer que a morte foi um eventual assalto mal sucedido. O denunciado atraiu a vítima para Caucaia, acreditando na falácia da impunidade da Justiça brasileira, vez que não conseguiu executá-lo em território italiano, temendo a rigorosidade das leis de sua terra”, concluiu o promotor de Justiça Jairo Pequeno na denúncia enviada ao Judiciário.

Os três réus irão responder pelo crime de homicídio qualificado e podem pegar até 30 anos de prisão. As investigações continuam para a identificação da quarta pessoa que também teria planejado o crime. 

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