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Visitas são liberadas em unidades prisionais

Na manhã de hoje, familiares de internos levaram alimentos, mantimentos, colchões e materiais de limpeza
11:14 | Mai. 28, 2016
Autor Eduarda Talicy
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Eduarda Talicy Redator Capa e Farol
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Tipo Notícia
Após rebeliões, crise, e 18 mortes registradas no sistema prisional cearense, as visitas aos presos foram liberadas neste sábado. A ação da Secretaria da Justiça e Cidadania (Sejus) é uma das medidas do plano de estabilização das unidades prisionais do Estado. Na manhã de hoje, esposas e mães de internos chegaram cedo aos presídios carregadas de mantimentos para a visita semanal. 

Para Leonice Araújo, 52, o dia hoje amanheceu com a possibilidade de ver o filho que está detido há 10 meses na Casa de Privação Provisória de Liberdade Desembargador Francisco Adalberto de Oliveira Barros Leal (CPPL de Caucaia). Ela conta que no último sábado, devido a suspensão das visitas no local, várias mulheres e internos protestaram. “Foi muito pesado, teve bomba de gás lacrimogênio, spray de pimenta e nós ouvíamos o barulho de bombas e de tiros aqui fora”, conta. 

Em Caucaia, muitos familiares aproveitaram a liberação de visitas para recompor o estoque de mantimentos: alimentos, produtos de higiene e de limpeza e até água. Semanalmente, elas levam os produtos pois dizem que não são disponibilizados no presídio. Neste sábado, o que chamou a atenção foi a quantidade de colchões. Muitos foram queimados nas rebeliões. Por fora da unidade prisional, as grades das celas podiam ser vistas com sinais de arrombamento. 

No local, um dos agentes prisionais que pediu para não ser identificado, informou que os internos encontram-se todos soltos no pátio. Ele disse que não há nenhuma das dependências com grades, todas foram arrancadas. Nesta manhã, as juízas Joseana França e Luciana Teixeira foram ao local para acompanhar as visitas. Momentos antes da entrada, elas se reuniram com as mulheres e solicitaram “um pacto de paz e confiança” durante o ingresso delas ao presídio. 

Agentes prisionais também se reuniram com Cézar Belmino, juiz da corregedoria dos Presídios e Estabelecimentos Penitenciários da Comarca de Fortaleza. Ele também compareceu à CPPL de Caucaia e ouviu as demandas dos profissionais que reivindicaram melhores condições de trabalho e melhores condições para os internos.
 
“Condições básicas para eles também são melhores condições para nós”, afirmou um dos agentes. Atualmente, a unidade prisional tem a população carcerária de cerca de 1.600 pessoas, no entanto só há capacidade para 900. Diariamente, somente sete agentes administram o local. 
 
 
 

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