MPF vai apurar racismo e difamação em publicações de resgate de ursos em Canindé

Procedimento investigatório criminal foi instaurado pelo Ministério Público Federal (MPF) para apurar práticas racistas em publicações relacionadas ao resgate dos ursos Dimas e Kátia de zoológico em Canindé, a 121 km de Fortaleza. Investigações encontraram comentários atacando cearenses em meio à campanha puxada pela ativista Luísa Mell para tirar os animais do local. 

O movimento, organizado pelo Instituto Luísa Mell, acontece desde o fim de setembro e quer a saída dos ursos pardos do município por conta do clima quente. Parecer emitido pela Superintendência Estadual de Meio Ambiente (Semace) no último dia 30 de novembro, decidiu pela permanência dos animais no Santuário de São Francisco, nome do zoológico. 

[SAIBAMAIS]

O MPF também deu início a um procedimento cível para apurar suposta violação do patrimônio cultural e material de Canindé. Segundo o órgão, Luísa Mell estaria promovendo campanha difamatória contra o município cearense e o zoológico por meio de sua conta no Instagram. 

O despacho foi assinado pelo procurador da República Adalberto Delgado Neto, que destacou o histórico do zoológico e a sua tradição no cuidado de animais, além da devoção a São Francisco, conhecido como santo protetor dos animais. 

Após reunião em que a Semace, responsável pelo licenciamento ambiental do zoológico, decidiu que Dimas e Kátia poderiam ficar no local, Luísa Mell, que estava presente, afirmou que não desistirá da transferência dos animais. Ela classificou o parecer como "absurdo e vergonhoso" e disse que pretendia levar o caso ao governador Camilo Santana (PT). O deputado federal eleito Célio Studart também esteve no momento e considerou a decisão "frustrante para quem quer o melhor para os animais".