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Homem preso nesta terça tentou outros três furtos semelhantes ao do Banco Central

Laurindo Neto foi preso em investigação contra quadrilha especializada em roubo a instituições financeiras e a veículos de transportes de valores. Em 2006, ele foi flagrado pela PF articulando escavação de túnel em duas capitais simultaneamente
17:40 | Set. 18, 2018
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Preso em Boa Viagem (a 222 km de Fortaleza), na manhã desta terça-feira, 18, por tráfico de drogas e associação criminosa, Raimundo Laurindo Barbosa Neto, 51, articulou pelo menos três outras ações com modus operandi semelhante ao utilizado para furtar R$ 164,7 milhões do Banco Central (BC), de Fortaleza, em 2005. Depois da passagem pela Capital cearense, ele ganhou projeção e se tornou o principal articulador, mentor, financiador e executor do plano de escavar túneis simultaneamente nas cidades de Porto Alegre e Maceió para chegar a instituições financeiras. 
 

À época, as informações foram reveladas no O POVO pelos jornalistas Cláudio Ribeiro, Demitri Túlio e Luiz Henrique Campos. Eles tiveram acesso, com exclusividade, ao teor de um amplo relatório sobre todo o esquema executado pelo grupo, elaborado por mais de um ano a partir de informações levantadas pela Polícia Federal (PF).
[SAIBAMAIS]
Laurindo Neto já havia sido preso em setembro de 2006, em Parnaíba, no Piauí, quase um ano após a invasão ao BC. Ele foi condenado a 170 anos de prisão em 1º grau. Recorrida a 2º grau, a pena foi abrandada em dez vezes, e o cearense foi condenado a 17 anos de prisão em regime fechado. No fim do ano passado, ele recebeu o direito de cumprir o restante da punição em regime domiciliar, mediante uso de tornozeleira eletrônica. 

Natural de Boa Viagem, agora ele foi preso na cidade onde nasceu. Segundo a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), os agentes do Comando Tático Rural (Cotar) cumpriram mandado de prisão decorrente de investigação contra grupo criminoso especializado em roubo a instituições financeiras e a veículos de transportes de valores. 

Liderança

Na investigação anterior, quando ele foi encarcerado pela primeira vez, o cearense foi alvo da operação policial denominada “Facção Toupeira”, realizada em 10 estados brasileiros. Os planos de furtos liderados por Laurindo Neto tinham como alvo agências do Banrisul e da Caixa Econômica, em Porto Alegre. Já em Alagoas o trabalho também visava agência bancária. Contudo, o túnel de aproximadamente 100 metros tinha obras atrasadas quando o grupo foi preso. 

À época, 56 pessoas tiveram os mandados de prisão expedidos. Eles eram acompanhados pela Polícia Federal desde o roubo ao Banco Central, em Fortaleza. Conforme os relatórios apontavam, o esquema era monitorado após os investigadores terem encontrado cartão telefônico na casa usada como fachada para as escavações na Capital cearense. Com o número de um dos integrantes, todo o esquema foi desbaratado, com autorização da Justiça Federal. 
 

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