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Maré atinge 3,2 metros e destrói barracas na praia do Morro Branco

Fenômeno é causado pela soma da maré alta e das grandes ondas, chamadas de swell. Não houve feridos, mas a Defesa Civil de Beberibe calcula prejuízos materiais dos proprietários das barracas atingidas
17:30 | Out. 17, 2016
Autor Amanda Araújo
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Tipo Notícia

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A ressaca do mar atingiu até 3.2 metros no litoral cearense, no último domingo, 16, causando estragos na orla da Praia do Morro Branco, em Bereribe, distante 85 km de Fortaleza. Ninguém ficou ferido, mas os danos materiais ainda estão sendo calculados por proprietários de barracas, segundo a Defesa Civil do município.

Os picos de 3,2 metros foram registrados em dois horários, às 4h19min e às 16h46min, na área do Porto do Mucuripe. No sábado, 15, a maré chegou a 3 metros às 3h36min e 3,1 metros no horário de 16h1min. Os dados são da Diretoria de Hidrografia e Navegação da Marinha do Brasil.

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Comerciantes chegaram a gravar o momento em que uma barraca desabou completamente com a força das ondas, na tarde desse domingo. Valdenira Félix, 56, que possui um quiosque de frutas tropicais na rua principal da praia, conta que o dono do local passou mal e foi levado ao hospital. "Sofremos muito porque o seu Antônio, dono da barraca que caiu, é muito querido. Ele foi pro hospital por causa do coração", disse.

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Segundo ela, os proprietários das barracas atingidas pela maré ficaram assustados e temem novos estragos. "Pode acabar com muito sustento de pai de família, gente que passou a vida inteira construindo isso e num segundo acaba. Há muitos anos que a gente não via o mar desse jeito", afirma.

O coordenador da Defesa Civil de Beberibe, Alexandre Belém, explica que as barracas atingidas foram construídas em áreas indevidas. "Aquela parte é de maré mesmo, por isso tivemos danos. Vamos nos reunir com barraqueiros da região amanhã (quarta-feira, 18) para documentar os prejuízos. Caso os danos alcancem percentual 8.33% da receita corrente líquida do município, podemos pedir estado de emergência".

Essa porcentagem é referente aos prejuízos econômicos privados, pois não foram registrados danos públicos, em vias ou rede elétrica da área - que precisaria ser de 2.77% parao estado de emergência. Alexandre explica ainda que as barracas já haviam sido interditadas pela Semace, e um novo plano para os comércios está em andamento. "As informações dos desastres são coletadas para serem enviadas ao Ministério da Integração", completa.

Também na tarde desse domingo, quando a maré subiu, cinco turistas ficaram presos nas falésias da Praia das Fontes. O grupo, formado por dois homens e duas mulheres, foi resgatado sem gravidade com auxílio de um helicóptero da Coordenadoria Integrada de Operações Aéreas (Ciopaer).

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Ressaca do mar
A ressaca do mar é a combinação de ondas swell com a maré alta, explica o meteorologista Davi Ferran, da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme). "Esses dois fatores associados podem causar maior destruição. Em luas novas e cheias, as marés são mais amplas por causa da relação com a força gravitacional. Ou seja, a baixa é muito baixa, e a alta muito alta".

No terminal Portuário do Pecém, que abrange a praia de mesmo nome, as ondas atingiram 3 metros às 5h08min, e 3,1 metros às 17h26min de domingo, 16. Um vídeo compartilhado nas redes sociais mostra quando moradores tentam resgatar um carro Hilux puxado pelo mar:

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SERVIÇO

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