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Maciço de Baturité sofre com desmatamento provocado por pressão imobiliária; veja galeria

20:45 | Mai. 02, 2018
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Casas duplex, vilas se formando em meio ao cinturão verde e uma estrada construída contra a força da natureza. Importante bioma pela avifauna, vasta cobertura vegetal, incluindo um pedaço da Mata Atlântica no Nordeste, o Maciço de Baturité sofre com a pressão imobiliária na região. Operação de fiscalização ambiental apontou seis áreas de desmatamentos e 14 construções irregulares em extensões ambientais, além de um cativeiro de fauna irregular e obstrução de informações. 
 
Ação foi realizada na Área de Proteção Ambiental (APA) - cujo espaço compreende oito cidades - entre os últimos dias 23 e 27 de abril. Ao todo, a Secretaria do Meio Ambiente do Ceará (Sema) avaliou cerca de 200 denúncias de degradações ambientais. Destas, 93 estavam concentradas nos municípios de Guaramiranga, Mulungu e Pacoti. Somente um único empreendimento desmatou o equivalente a 270 mil metros quadrados (27 hectares) de Mata Atlântica para abrir um loteamento.
 
Multa aplicada foi de R$ 308 mil. Um total de 43 locais foi fiscalizado. Totalizando assim 23 infrações e 10 embargos de atividades, somando multas de R$ 643 mil. A Gerente de Fiscalização da  Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace), Carolina Braga, explica que a região é afetada pelo desmatamento em decorrência da especulação imobiliária. 
 
“Pelo fato dos atributos naturais serem exuberantes, atraem pessoas e atividades econômicas. No entanto, essa atração ocorre de forma desordenada, em desacordo com a legislação”, destacou Carolina durante coletiva de imprensa no auditório da Sema, na tarde desta quarta-feira, 2,
 
Ações  
 
De acordo com o titular da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema), Artur Bruno, a operação foi determinante para fortalecer a fiscalização na área. A região receberá um tripé de medidas preventivas. Entre elas, a implementação de um posto da Polícia Ambiental, mapeamento ecológico, socioeconômico e seminários para conscientizar a população e autoridades locais. 
 
“Vamos olhar todos os aspectos ambientais: fauna, flora, solo, vegetação e analisar quais atividades podem ser realizadas dentro daquele ambiente. É uma forma de mapear a região. Assim, os empreendedores serão orientados e não terão justificativa para estarem empreendendo onde não poderiam”, explica. 
 
Além da Sema e Semace, ação conjunta envolveu Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Batalhão de Policiamento Ambiental (BPMA) e Ministério Público Estadual (MPCE). Órgãos não divulgaram os nomes das empresas envolvidas devido ao período de investigação.
 
Saiba mais 
 
1 - Uma arara foi encontrada em cativeiro, durante a operação 
 
2 - Órgãos também encontraram dois Periquitos-cara-suja (Pyrrhuragriseipectus) em cativeiro em situações à parte da ação. A ave está ameaçada de extinção e só é possível ser avistada na serra de Baturité, Quixadá e Ibaretama 
 
3 - Posto da Polícia Ambiental deve ser implementado em junho deste ano
 
4 - Nos últimos três anos, a Semace recebeu um total de 400 denúncias de degradações ambientais 
 
5 - Esta foi a 1ª Operação de Fiscalização Ambiental Integrada. Outras devem ocorrer ao longo do ano
 
6 - Área delimitada APA é composta pelos municípios de Aratuba, Baturité, Capistrano, Guaramiranga, Mulungu, Pacoti, Caridade e Redenção
 
Serviço 
 
Você pode denunciar uma prática ambiental irregular por meio do Disque Natureza: 0800 275 22 33
 
Veja galeria:  

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