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Falésia desaba e destrói construção em Canoa Quebrada; veja vídeo

O acidente não deixou vítimas. Os escombros da construção, de concreto, permanecem na praia
14:15 | Set. 20, 2018
Autor Gabrielle Zaranza
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Gabrielle Zaranza Estagiária de Agenda Cultural do Vida&Arte
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Tipo Notícia
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Em decorrência do desabamento de falésia, uma antiga barraca foi destruída em Canoa Quebrada, em Aracati (Litoral Leste do Ceará). O acidente, acontecido na noite de terça-feira, 18, não deixou vítimas. Os escombros da construção, de concreto, permanecem, nesta quinta-feira, 20, na beira da praia. 
 
 
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De acordo com Tércio Vellardi, ambientalista da ONG Recicriança, a falésia em questão estava com a estrutura comprometida em decorrência do período chuvoso. “Já havia um buraco na falésia provocado pelas águas pluviais, que descem pela rua principal de Canoa e encontram as falésias, ‘rasgando’ as areias”, explica. A formação de grandes buracos de erosão causados pela água da chuva é chamada tecnicamente de voçoroca. 

[SAIBAMAIS] A força da maré e o vento também contribuem para o fenômeno.
 
Além disso, Tércio Vellardi ressalta que o desabamento de falésias é natural, mas, nesse caso, se intensificou pela ação humana. “Em Canoa, elas desabam com uma frequência que aponta que algum trabalho equivocado foi realizado na área”. 

Com isso, há também uma problemática em torno das barracas construídas nas falésias. “Na praia, não é para ter concreto, mas sim palhas e madeiras. A queda das falésias atinge construções irregulares na praia e a área fica poluída”, indica Tércio. 

[FOTO2] “As barracas são um atrativo e geram renda, mas devem ser planejadas corretamente. As construções não podem ser feitas com concretos, além de respeitar uma distância mínima das falésias”, explica. 

Juliano Pessoa, secretário do Meio Ambiente da Cidade, reconhece que o desabamento é acelerado pelas barracas fixadas nas falésias, mas afirma que a problemática tem sido tratada pela gestão atual. “Por lei, as 23 barracas instaladas na região são irregulares e não podem estar ali. Uma nova área, com fácil acesso para o desenvolvimento turístico, está sendo pensada para realocamento das construções”, resume. 

De acordo com ele, uma ação educativa foi organizada com a gestão pública, a comunidade e todos os empresários da região para preservação ambiental. O trabalho tem como base a retirada das barracas, bem como a coleta seletiva em todas as empresas e limpezas de praia. Segundo o secretário, o dono da barraca destruída nessa terça-feira tem o prazo de 7 dias para realizar a retirada dos escombros da praia, por determinação legal.  
 
Liminar
 
Em junho de 2009, o Ministério Público do Estado (MPCE) entrou com ação civil pública contra o Estado, o Município de Aracati e 18 barracas localizadas na orla, requerendo a realocação das construções.

No documento, o MPCE constatou que as estruturas, por estarem perto de relevo em processo de erosão e assoreamento pluvial, colocam em risco a vida de turistas, consumidores e trabalhadores. Naquela ocasião, ficou acordado que o ente público identificaria um novo local para acomodar as barracas e notificaria os donos dos estabelecimentos a se mudarem no prazo de 30 dias.

A liminar foi suspensa pela desembargadora do caso, Sérgia Maria Mendonça Miranda, justificando que a interrupção abrupta na atividade das barracas geraria impactos de ordem social.

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