Polícia Civil do Ceará identifica alvos do PCC e prende três em ofensiva no CE e MG

Deflagrada nesta sexta-feira, 28, a 4ª fase da "Operação Embrião" cumpriu três mandados. Ação visa frear instalação da facção paulista na região de Tauá

23:13 | Nov. 28, 2025

Por: Jéssika Sisnando
Polícia Civil cumpriu mandados de prisão no Ceará e em Minas Gerais (foto: reprodução)

A Polícia Civil do Ceará (PCCE), por meio da delegacia de Tauá, deflagrou nas primeiras horas desta sexta-feira, 28, a 4ª fase da Operação Embrião. A ofensiva cumpriu três mandados de prisão preventiva e seis de busca e apreensão contra integrantes da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), que tenta se consolidar na região dos Inhamuns.

As ordens judiciais, expedidas pelo 6º Núcleo de Custódia de Crateús, foram cumpridas simultaneamente nas cidades cearenses de Tauá e Parambu, e no município de Poços de Caldas, em Minas Gerais.

O POVO apurou que os alvos dos mandados de prisão foram identificados como Ryan Rodrigues de Freitas, Leandro Moreira Pedrosa e Francisco Lucas Eduardo. Os acusados responderão pelos crimes de tráfico de drogas e organização criminosa.

A operação foi coordenada pelo delegado Danilo Távora, titular da Delegacia de Tauá. Em entrevista ao O POVO, o delegado explica que o nome da operação reflete a urgência tática da polícia de impedir que o grupo paulista do PCC crie raízes na região, eliminando a célula criminosa ainda em seu estágio inicial.

"O nome 'Embrião' é justamente por tentarmos eliminar a facção no começo. Eles estão tentando se estabelecer, então a ideia é destruir esse 'embrião' agora, para que eles não prolonguem a situação de dominância aqui na cidade e na região", afirmou Távora.

As investigações apontam um fenômeno de sucessão no crime local. A região da Área Integrada de Segurança 22 (AIS-22) era historicamente dominada pela facção Guardiões do Estado (GDE). Depois do desmantelamento da liderança local na Operação Purgativo, o PCC iniciou uma ofensiva para tomar o território.

PCC disputava territórios com remanescentes da facção em Tauá 

"Depois das fases da Operação Purgation, o PCC começou a disputar território com os remanescentes da facção na cidade. Eles conseguiram afastar a GDE e 'batizaram' quem ficou em integrantes do PCC", explicou o delegado.

O grupo não se limitava à venda de drogas. Segundo o delegado Danilo Távora, os investigados agiam como "braço armado", realizando execuções para garantir o controle em municípios como Tauá, Parambu, Quiterianópolis, Mombaça, Catarina e Arneiroz.

"A participação deles envolvia domínio de tráfico e execução de desafetos. Temos investigações de que eles já mataram integrantes de facções rivais e até membros do próprio grupo", detalhou a autoridade policial.

Com as capturas desta sexta-feira, a Operação Embrião já retirou de circulação 19 suspeitos ao longo de suas quatro fases. Além das prisões, foram apreendidos quatro aparelhos celulares na ação de hoje, que passarão por perícia para identificar outros elos da rede criminosa.

A operação teve apoio operacional da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) para a captura do alvo interestadual, e segue sob investigação da 5ª Seccional do Interior Sul.

Alvos possuem envolvimento com crimes na região 

Os alvos são conhecidos das forças de segurança. Leandro Moreira Pedrosa havia sido detido em janeiro de 2024 durante a 2ª fase da Operação Purgation, confirmando a tese da polícia de que criminosos da região migraram de alianças ou voltaram a delinquir após breves períodos de liberdade.

Já Francisco Lucas Eduardo protagonizou um episódio judicial em Tauá no ano de 2023, quando foi levado a Júri Popular acusado de matar o próprio primo por disputas de facção, mas acabou absolvido por falta de provas materiais na época. A nova prisão aponta para a continuidade do envolvimento com o crime organizado local.