Operação contra importações irregulares mira comércio de produtos chineses e prata

A Operação Snooker, da Polícia Federal, cumpre, nesta quinta-feira, 11, 27 mandados de busca e apreensão em quatro cidades cearenses e uma na Bahia, contra esquema de importações irregulares. Comércio de produtos chineses e de pratas são os segmentos alvos da investigação. Houve bloqueio de valores e bens que somam R$ 40 milhões.  

Mandados estão sendo cumpridos em Fortaleza, Aquiraz, Maranguape, Maracanaú e Salvador. Há ainda diligências na cidade de Barueri (SP) e no recinto alfandegário do Aeroporto Internacional Pinto Martins.

Ação acontece em conjunto com a Corregedoria da Receita Federal e mira em crimes de corrupção, descaminho e lavagem de dinheiro.

Investigações apontam que, entre 2020 e 2025, agentes públicos e empresários atuaram de forma articulada para fraudar a fiscalização aduaneira.

Um núcleo do grupo criminoso seria voltado a produtos chineses e outro à entrada irregular de prata, que eram classificadas como bijuterias, reduzindo cargas tributárias. 

De acordo com a PF, os investigados utilizaram de empresas de fachadas, interpostas pessoas (laranjas) e da utilização de criptoativos em valores milionários para ocultar e dissimular a origem ilícita dos recursos obtidos com as práticas criminosas.

Denúncia anônima deu início à investigação

De acordo com a Receita Federal, as investigações começaram a partir de uma denúncia anônima na Ouvidoria do Ministério da Economia. A denúncia aponta que um servidor da Receita Federal no Aeroporto Internacional Pinto Martins estaria praticando possíveis irregularidades.

Entre as irregularidades, estão indícios de ocultação de bens e de atuação funcional irregular do servidor para favorecer importadoras, além de pagamentos realizados por empresas a este e a seus familiares.

A operação cumpre 22 mandados de busca e apreensão, tendo como alvos dez pessoas físicas e 12 pessoas jurídicas, distribuídas em cinco cidades do Ceará e uma da Bahia.

Durante as fiscalizações, foram registradas tentativas de interferência nos procedimentos por parte das empresas investigadas. Também foram identificadas ameaças diretas a auditores-fiscais e a seus familiares, bem como a circulação de notícias falsas visando descredibilizar a Receita Federal.

Em julho deste ano, duas pessoas foram presas pela Polícia Federal (PF) por ameaçar e planejar matar um auditor da Receita Federal no Ceará. Os suspeitos seriam integrantes de uma organização criminosa que atuava em fraudes no comércio exterior.

Além da ameaça à vida do auditor, a dupla teria acessado dados reservados de sistemas, criado site falso para publicar notícias inverídicas e realizado denúncias caluniosas para atacar a instituição e seus agentes, conforme a PF.

Em outubro de 2024, a Receita Federal denunciou a criação de um site que imitava um portal de notícias para divulgar notícias falsas sobre a atuação de servidores da 3ª Região Fiscal, que compreende os estados do Ceará, Maranhão e Piauí. (Colaborou Mirla Nobre)

Atualizada às 9h57min