Baixa umidade do ar no Ceará pode agravar doenças respiratórias
A OMS descreve como situação de alerta quando a umidade relativa do ar cai a 30% ou menos, registro comum no Estado durante o segundo semestre. Entenda e veja cuidados
A baixa umidade do ar registrada no Ceará pode desencadear agravamento de doenças ou sintomas respiratórios, como rinite alérgica, asma, bronquite crônica e enfisema, além de condições raras que podem ser exacerbadas, ao exemplo de bronquiectasia e fibrose cística.
Segundo o pneumologista e intensivista Marcelo Alcântara Também é professor de medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC) e médico da Clínica Pulmocenter - Instituto do Pulmão. , esses quadros são diagnosticados somente abaixo de 50% da umidade relativa do ar.
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Conforme o meteorologista Agustinho Brito, da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), o segundo semestre do ano é caracterizado pela diminuição das chuvas no Ceará.
Isso faz com que, nesta época do ano, o Interior costume marcar valores menores que 30% na umidade relativa do ar, principalmente no período da tarde. O número trata-se de uma situação de alerta para a Organização Mundial de Saúde (OMS).
Brito destaca que nessa quarta-feira, 13, houve umidade relativa mínima de 21% em Morada Nova, às 17 horas, a 167,62 quilômetros (km) de distância de Fortaleza. A lista segue com Crateús (26%), Iguatu (28, 9%) e Aiuaba (29, 5%).
Segundo o meteorologista, verificam-se umidades mais baixas entre os meses de setembro, outubro e novembro, período popularmente conhecido como “B-R-O-Bró”. As regiões mais impactadas são o Sertão Central e Inhamuns, Jaguaribe e Cariri.
Como a baixa umidade do ar se forma?
O cenário está relacionado à temperatura do ar: o acréscimo no calor, geralmente, gera uma diminuição da umidade relativa.
A umidade na atmosfera aumenta principalmente por processos como evapotranspiração, em que a água, em forma de vapor, é levada dos oceanos, solos e plantas para o ar. Os sistemas Vórtices Ciclônicos de Altos Níveis (VCAN), Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) e Ondas de Leste, presentes na quadra chuvosa e pós-estação chuvosa cearenses, aumentam a umidade da atmosfera sobre o Estado.
No segundo semestre, esses sistemas meteorológicos se afastam ou não atingem o Ceará, gerando a diminuição da umidade do ar e, consequentemente, reduzindo a nebulosidade.
A Funceme emite avisos meteorológicos quando a umidade relativa do ar está extremamente baixa, principalmente, abaixo de 20%. Os anúncios podem ser encontrados no site da Fundação, no aplicativo Funceme Tempo e nas redes sociais da Funceme e da Defesa Civil.
Baixa umidade do ar: como evitar prejuízos à saúde?
Conforme o pneumologista Marcelo Alcântara, o grupo mais vulnerável a sofrer as consequências de saúde causadas pela umidade mínima são as pessoas que já têm algum quadro respiratório, as crianças e os idosos acima dos 65 anos.
Para evitar os prejuízos do tempo seco deve-se, ao usar o ar-condicionado, colocar uma toalha úmida ou um balde de água no interior do cômodo em que estiver, em caso de umidade muito baixa. “Você umidifica naturalmente o espaço do seu quarto e do seu ambiente de dormir com esse sistema”, orienta.
O médico acrescenta que a prática é importante para os asmáticos ou para quem tem alguma das outras doenças relacionadas.
Alcântara sugere que as atividades físicas sejam feitas nas primeiras horas da manhã ou ao anoitecer. Ele enfatiza a boa hidratação para evitar a desidratação das vias aéreas e o cuidado de não respirar pela boca.
Além disso, é fundamental acompanhamento médico — por um pneumologista, otorrinolaringologista, clínico-geral, geriatra ou pediatra, a depender da fase da vida —, para investigar possíveis sintomas como a congestão nasal.
Baixa umidade do ar: confira previsão do tempo
Segundo a Funceme, a previsão do tempo para este domingo, 17, indica uma diminuição da nebulosidade em todo o território cearense, consequentemente, uma diminuição das chuvas.
Há possibilidade de precipitações isoladas, fracas e de curta duração no Sertão Central e Inhamuns, no Maciço de Baturité, no Litoral de Fortaleza e no Litoral do Pecém durante a madrugada e início da manhã.
A umidade relativa do ar tende a ter uma diminuição neste domingo e na segunda-feira, 18, ficando entre 20% a 30% no período da tarde.
A temperatura máxima deve ficar com valores variando de 33 °C a 36 °C nas macrorregiões da Jaguaribana, Cariri, Sertão Central e Inhamuns, e no Litoral Norte.
Já as temperaturas mínimas devem ocorrer no final da madrugada e início da manhã, variando de 16 °C a 19 °C em áreas serranas do Ceará.
A velocidade média deve variar de 18 km/h a 36 km/h entre sábado e segunda-feira, 18, com rajadas em torno de 50 km/h em áreas da faixa litorânea e nas regiões serranas.
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