Com mais de 500 casos, índice de febre oropouche no Ceará dobra em 2025

Os casos de febre do Oropouche no Ceará ultrapassaram 500 até abril de 2025, o dobro dos 255 registrados em 2024

19:02 | Mai. 01, 2025

Por: Lara Vieira
A maior parte dos casos está concentrada no Maciço de Baturité (foto: Coleção de Ceratopogonidae do IOC/Fiocruz)

Os casos de febre oropouche no Ceará em 2025 já quase dobraram em comparação com todo o ano passado. Segundo dados mais recentes da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), o número de pessoas infectadas pelo vírus chegou a 506 até o dia 26 de abril (SE 17), entre elas, três gestantes.

Os números de 2025 já superam com folga os de 2024, quando foram registrados 255 casos ao longo de todo o ano, um aumento de cerca de 98%, sendo o primeiro apenas em julho.

A doença, uma arbovirose transmitida principalmente pelo mosquito Culicoides paraensis, popularmente conhecido como maruim ou mosquito-pólvora, tem apresentado circulação concentrada no Maciço de Baturité.

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Somente o município de Baturité responde por 403 dos registros, o que representa cerca de 80% dos casos confirmados no estado. As demais notificações estão distribuídas entre Aratuba (91), Capistrano (7), Mulungu (3) e Guaramiranga (2).

Vale ressaltar que Guaramiranga notificou seus dois primeiros casos apenas nesta mais recente semana divulgada, entre os dias 20 e 26 de abril.

Além dos registros concentrados no Maciço, a Sesa chegou a listar, na semana epidemiológica 15 (de 30 de março a 5 de abril), três casos fora da região: um em Fortaleza e em Maracanaú, na Região Metropolitana; e um em Quixadá, no Sertão Central.

Contudo, essas ocorrências foram posteriormente classificadas como “importadas”, uma vez que os pacientes haviam viajado para Baturité e Capistrano, onde provavelmente contraíram o vírus.

Dentre os 506 infectados até o momento, três são gestantes, duas de Baturité e uma de Capistrano, o que corresponde a 0,9% do total de casos.

O que é a febre do Oropouche?

A febre do Oropouche é considerada uma arbovirose emergente no Ceará. Apesar de circular há décadas na Região Norte do Brasil, com registros desde os anos 1960, o vírus começou a se espalhar para outras áreas, inclusive urbanas, nos últimos anos.

Antônio Silva Lima Neto, secretário executivo de Vigilância em Saúde da Sesa, explicou que a febre do Oropouche é uma doença recente no cenário epidemiológico do Ceará.

“A população cearense teve os primeiros contatos com o vírus apenas em 2024. Trata-se de uma arbovirose relativamente nova para o nosso contexto, o que exige vigilância constante e ações específicas de controle vetorial”, destacou.

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A febre do Oropouche apresenta sintomas semelhantes aos de outras arboviroses, como dengue e chikungunya: febre alta, dor de cabeça, dores no corpo e nas articulações, além de náuseas e diarreia.

Para evitar a transmissão, é importante:

  • Usar repelente e roupas de manga comprida;
  • Evitar exposição ao ar livre no início da manhã e no fim da tarde, horários de maior atividade do mosquito;
  • Manter quintais limpos e livres de folhas acumuladas;
  • Eliminar água parada e possíveis criadouros.