Por que o Ceará não vai receber vacinas contra a dengue?

Ministério da Saúde divulgou lista de estados que receberão a vacina da dengue, mas sem a inclusão do Ceará na distribuição; entenda o motivo

O Ministério da Saúde anunciou nesta quinta-feira, 25, a estratégia de vacinação contra a dengue no Brasil, disponibilizada inicialmente para 521 municípios, em 27 regiões de saúde consideradas endêmicas. Mas, em sua relação inicial, o estado do Ceará não foi incluído.

O País é o primeiro a oferecer a imunização em seu sistema público universal e distribuirá em fevereiro as primeiras doses nas regiões escolhidas. A primeira remessa chegou no sábado, 20, com cerca de 757 mil doses, parte de 1,32 milhão das fornecidas pela farmacêutica Takeda, sem cobrança ao Ministério.

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“A vacina é, de fato, uma novidade auspiciosa, um instrumento de saúde fundamental. Não obstante, a indústria tem um número limitado de doses para atender um país grande como o nosso. Vamos continuar trabalhando para aumentar essa escala de produção de forma combinada com a empresa”, disse em nota a ministra da Saúde, Nísia Trindade.

Outra remessa, com mais de 568 mil doses, é prevista para fevereiro. O Ministério da Saúde também adquiriu o quantitativo total disponível pelo fabricante para 2024: 5,2 milhões de doses. De acordo com a empresa, a previsão é que sejam entregues ao longo do ano, até dezembro. Para 2025, a pasta já contratou 9 milhões de doses.

Em 2024, o público-alvo será composto por crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, faixa etária que concentra o maior número de hospitalizações por dengue, depois de pessoas idosas, grupo para o qual a vacina não foi liberada pela Anvisa.

Brasil é país com mais casos de dengue no mundo, mostram dados da OMS; ENTENDA

Ceará não vai receber vacina contra dengue: critérios para escolha dos municípios

Em conjunto com os órgãos representantes de secretarias de Saúde de estados e municípios, os critérios de escolha seguiram as recomendações da Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização (CTAI) e da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Estipula-se que as vacinas serão destinadas a regiões de saúde com municípios de grande porte com alta transmissão nos últimos dez anos e população residente igual ou maior a 100 mil habitantes, levando também em conta altas taxas nos últimos meses.

Em comparação, o estado do Ceará apresentou em seu último boletim epidemiológico uma redução de 62,8% no número de casos notificados em 2023 em relação ao mesmo período do ano anterior (104.611), demonstrando um cenário de baixa ocorrência da doença.

No Brasil, até o final de abril de 2023, houve aumento de 30% no número de casos prováveis de dengue em comparação com o mesmo período de 2022 em todo o País. O destaque para maior incidência de dengue são: Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina, Acre e Rondônia.

CLIQUE AQUI para ver a lista completa de municípios que receberão a primeira dose de vacina contra a dengue.

Ceará não vai receber vacina contra dengue: dados sobre a doença no estado

O diagrama de controle para dengue em território cearense para o ano de 2023 indicou que a taxa de incidência de casos notificados em nenhuma semana alcançou o número de casos máximo esperado.

A taxa de incidência acumulada dos casos notificados até a semana epidemiológica 52 de 2023 é 442,6 de casos por 100 mil habitantes.

O Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), registrou a confirmação de 225 casos graves (DSA e DG) ocorridos em 13,5% dos municípios do Ceará. Dos casos graves confirmados, 56,8% são de residentes na capital e 43,2% são da região interiorana do estado.

Em 2023, até a semana epidemiológica 52, foram confirmados oito óbitos por dengue, sendo o menor registro no período e com taxa de letalidade de 36,4%.

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