Censo 2022: Fortaleza é a 3ª cidade com mais pessoas declaradas pardas

Dados do Censo Demográfico 2022 divulgados nesta sexta-feira, 22, mostram que 64,7% da população cearense se declara parda

10:00 | Dez. 22, 2023

Foto de apoio ilustrativo. A capital cearense é o terceiro município brasileiro com mais pessoas pardas (foto: AURÉLIO ALVES)

Em 183 municípios cearenses, mais da metade dos habitantes afirmou ser parda, de acordo com as definições do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para realização do Censo Demográfico em 2022. Fortaleza confirma o perfil de raça e cor do Estado: é o 3º município do Brasil com mais pessoas pardas. Em números absolutos, são mais de cinco milhões de cearenses, o que representa 64,7% da população atual do Estado — a terceira maior proporção do Nordeste. 

A capital cearense é o terceiro município brasileiro com mais pessoas pardas, atrás de São Paulo (SP) e Rio de Janeiro (RJ) — números absolutos. Dos quase 2,5 milhões que moram em Fortaleza, 1,4 milhão se declara da cor ou raça parda. Ainda conforme os dados, a Capital é a sétima cidade do País com mais população declarada branca.

Os dados coletados nas pesquisas domiciliares de 2022 mostram um Brasil com aumento de 6,5% em sua população total, com ampliação de 11,9% da população parda, passando de 43% em 2010 para 45,3% — tornando-se a categoria maior peso relativo.

A tendência de alta é confirmada também nas declarações de pessoas de cor ou raça negra entre 2010 e 2022, que passaram de 7,6% para 10% da população no Brasil. No Ceará, essa variação de 12 anos identificou que houve um crescimento de 51% e, no ano passado, as pessoas declaradas pretas representaram 6,8% dos cearenses.

Conforme os dados, oriundos do Censo de Identificação ético-racial da população por sexo e idade e divulgados nesta sexta-feira, 22, pelo IBGE, houve ainda, entre 2010 e 2022, aumento da população de cor ou raça indígena no País, passando de 0,4% para 0,6% da população. No Estado, essa porcentagem aumentou 172% e hoje representa 0,5% dos cearenses.

O Brasil apresentou ainda redução da porcentagem da população declarada branca ou amarela nos últimos 12 anos. A fatia populacional passou de 47,7% para 43,5%. No Ceará, essa redução foi de 9%  a segunda maior do Nordeste — e, atualmente, pode-se afirmar que 27% dos cearenses se declaram de raça ou cor branca.

Considerando a população que se declara amarela, também houve queda na porcentagem de representatividade: antes eram 1,1% da população e atualmente são 0,4%. Entre os cearenses, são 0,1%.

No Brasil, as estatísticas étnico-raciais permitem a caracterização de cinco grupos populacionais específicos por meio da pergunta de cor ou raça: as pessoas declaradas brancas, pretas, amarelas, pardas e indígenas.

Cor ou Raça

De acordo com as definições do Censo, cor e raça são a percepção que o informante tem sobre si mesmo (autoidentificação) e sobre como os outros moradores (que não estejam no domicílio no momento da entrevista) se autoidentificam. O quesito é denominado cor ou raça e não apenas "cor" ou apenas "raça", por haver diferentes critérios que o informante pode utilizar.

Esses critérios consideram origem familiar, cor da pele, traços físicos, etnia, dentre outros. O IBGE destaca que as cinco categorias disponíveis (Branca, Preta, Amarela, Parda e Indígena) podem ser entendidas pelo informante também de forma variável.

“Vale lembrar que 'Raça' é uma categoria socialmente construída na interação social e não um conceito biológico”, frisa o texto da publicação Censo Demográfico. Especifica ainda que a investigação sobre a cor ou raça declarada dos moradores foi feita com as seguintes opções de resposta:

Branca - Para a pessoa que se declarar branca.
Preta - Para a pessoa que se declarar preta.
Amarela - Para a pessoa de origem oriental: japonesa, chinesa, coreana etc.
Parda - Para a pessoa que se declarar parda ou que se identifique com mistura de duas ou mais opções de cor ou raça, incluindo branca, preta, parda e indígena.
Indígena - Para a pessoa que se declarar indígena ou índia. Esta classificação se aplica tanto aos indígenas que vivem em terras indígenas, como aos que vivem fora delas, inclusive em áreas quilombolas.