Direção de presídio foi afastada após presos tentarem roubar armas, diz defesa

A defesa apresentou um vídeo que mostra o motim do dia 18 de março

Direção da Unidade Prisional Agente Elias Alves da Silva, antiga CPPL IV, foi afastada após motim do Primeiro Comando da Capital (PCC), em que internos tentaram subtrair armas dos policiais penais. A informação foi repassada pela da defesa dos cinco policiais penais que faziam parte do corpo diretivo da unidade do sistema carcerário, advogada Raphaele Farrapo, nesta quarta-feira, 5.  

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A defesa apresentou ao O POVO, um vídeo o dia 18 de março em que as cenas do motim são mostradas. Os presos jogam chinelas, pedras e usam varais para tentar fugir. Além disso, as imagens mostram os internos puxando uma arma calibre 12. Eles chegam a quebrar o armamento. A advogada afirma que, neste momento, um policial penal que estava na muralha atira e atinge o testículo do interno. Ele perdeu o testículo. 

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A advogada afirma que os internos que causaram a confusão são de uma ala da antiga CPPL 3 e que foram transferidos para a CPPL 4, pois a CPPL 4 era uma unidade que possuía um trabalho de ressocialização, possui uma igreja e que o corpo diretivo era elogiado pelos próprios presos. Conforme a defesa, os internos são integrantes do PCC. 

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Conforme a advogada, que afirma ter ouvido relato dos presos, houve uma briga de um preso com um agente específico e todos os presos da ala se envolveram. A situação aconteceu em um domingo e a direção da unidade não estava presente. A advogada afirma que foi negada pela Justiça a habilitação no processo, que é do escritório Vieira, Farrapo e Rolim.  

O POVO apurou, com fonte do judiciário, que a decisão judicial do afastamento se refere a ações do dia 20, não do dia 18. O processo está em segredo de Justiça. 

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O POVO solicitou informações ao Tribunal de Justiça do Estado do Ceará (TJCE) sobre o caso e aguarda retorno. 

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Pelo menos 11 presos denunciaram ter sofrido agressões por parte de policiais penais na antiga CPPL IV. Uma decisão judicial afastou, provisoriamente, a direção da unidade. Os presos relataram que foram vítimas de agressões com tonfas, tapas no rosto e que eram humilhados com práticas que os deixavam nus por horas. Nos dias 16 e 20 de junho a corregedora de presídios e titular da 2ª Vara de Execução Penal, Luciana Teixeira de Sousa, tomou depoimento dos internos. 

SAP aponta agressões a policiais penais 

Conforme a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP), no dia 18 de março deste ano os internos que tomavam banho de sol, na ala F, da unidade Prisional Elias Alves da Silva, em Itaitinga, iniciaram um amotinamento e passaram a agredir os policiais penais plantonistas. 

De acordo com a SAP, as agressões aconteceram com arremesso de objetos e tentaram tomar as armas de posse dos policiais penais. Eles portavam instrumentos para escalar o muro da unidade penal e realizar uma fuga. 

"A subelevação da ordem foi respondida de forma imediata e a unidade pertencente ao estado teve sua rotina retomada pela pronta ação da Polícia Penal. A ocorrência exigiu o uso moderado da força, o que resultou em internos feridos", informou. 

A SAP ainda informou, por meio da nota, que todos tiveram atendimento médico, realizaram exame de corpo de lito e foram encaminhados à delegacia para responder pelos crimes cometidos na ocasião. 

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