Ceará: menos açudes sangram, mas reserva hídrica aumenta; entenda

Em relação à quinta-feira, 19, dois açudes a menos estão com capacidade máxima no Estado; a quantidade total de água guardada no Ceará, porém, aumentou

O Ceará está com dois açudes a menos sangrando que há três dias. Apesar disso, a reserva hídrica total do Estado aumentou, ampliando a margem de melhor nível em mais de uma década. Os dados são da Companhia Cearense de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh).

Segundo a resenha diária da Cogerh, na última quinta-feira, 19, havia 64 reservatórios sangrando no Estado. Em relação à capacidade total, a quantidade de água acumulada estava em 48,78% do que se pode guardar em todos os açudes do Ceará somados. Um dos responsáveis é o açude Castanhão, o maior do Brasil, que passou a marca de 30% da capacidade pela primeira vez desde 2014.

Neste sábado, 22, a quantidade de açudes vertendo no Ceará reduziu para 62. A reserva hídrica do Estado, porém, passou a 49,1% do total. Embora pareça contraditório, é possível haver mais água guardada com menos açudes sangrando.

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Isso ocorre porque os reservatórios são de tamanhos diferentes. Deste modo, um açude menor que deixe de sangrar pode ser compensado por outro, maior, que tenha recebido mais chuvas no mesmo período.

Entre a quinta-feira e hoje, três açudes deixaram de sangrar. São eles:

O reservatório Desterro, em Caridade, no Sertão de Canindé, por outro lado, atingiu capacidade máxima e está vertendo.

Com isso, os três açudes, por terem recebido menos chuvas do que a água que foi usada, não estão estão mais vertendo. O Desterro, agora sangrando, faz com que a diferença seja de dois reservatórios ao todo.

A diferença entre o que foi usado de água em todo o Ceará e o que foi recebido pelos açudes com as chuvas dos três últimos dias, no entanto, foi positiva. Na quinta-feira, o valor era de 9.053,5 bilhões de litros. Hoje, está em 9.107,9 bilhões.

Deste modo, mesmo que alguns açudes menores tenham fornecido mais água à população do que receberam de chuvas, no Ceará como um todo, o saldo foi positivo: a precipitação foi maior que o gasto em 54,4 bilhões de litros.

A boa quadra chuvosa até agora fez com que os maiores reservatórios atingissem os melhores níveis em anos. Além do Castanhão, o Orós foi de 43% da capacidade no início do ano, para 63% agora. É a melhor marca desde 2012. Já o Banabuiú, terceiro maior do Estado, quadruplicou de volume em 2023, saindo de 9,2% para 37,7%. 

Regiões do Ceará enchem açudes em ritmos diferentes

Isso não significa, porém, que a distribuição das chuvas ocorre de forma igual. Em termos de capacidade, as bacias hidrográficas - regiões do Estado que compartilham os sistemas de rios e açudes - tiveram aumentos distintos. Veja a seguir:

Bacias hidrográficas do Ceará com aumento do volume

  • Acaraú: 92,2% em 19/4 e 92,3% em 22/4;
  • Alto Jaguaribe: 61,4% em 19/4 e 61,7% em 22/4;
  • Banabuiú: 38,6% em 19/4 e 38,9% em 22/4;
  • Coreaú: 96,4% em 19/4 e 96,5% em 22/4;
  • Curu: 31,9% em 19/4 e 32,5% em 22/4;
  • Litoral: 97,6% em 19/4 e 97,7% em 22/4;
  • Médio Jaguaribe: 30,2% em 19/4 e 30,4% em 22/4;
  • Metropolitana: 79% em 19/4 e 79,6% em 22/4;
  • Serra da Ibiapaba: 67,4% em 19/4 e 68,1% em 22/4;
  • Serra de Crateús: 32% em 19/4 e 32,4% em 22/4.

Bacias hidrográficas do Ceará que mantiveram o volume

  • Baixo Jaguaribe: 100% (açude Santo Antônio de Russas, que está sangrando);
  • Salgado: 66,9% (15 açudes, dos quais seis estão sangrando e um está acima de 90% da capacidade)

 

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