Profissionais do sistema prisional são capacitados para identificar monkeypox

Aos profissionais foram apresentados os protocolos do serviço público, bem como informações sobre os meios de transmissão, período de incubação do vírus e tratamento da doença

Profissionais de saúde e diretores do sistema prisional cearense receberam capacitação para identificar os primeiros sinais de infecção pela monkeypox em internos das unidades prisionais. A capacitação ocorreu na manhã da última quarta-feira, 31. Na ocasião, foram apresentados os protocolos do serviço público, bem como informações sobre os meios de transmissão, período de incubação do vírus e tratamento.

O treinamento foi uma realização da Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) em parceria com a Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa). O conteúdo da capacitação foi repassado pelo médico Lino Alexandre, infectologista da Sesa, e por técnicos dos Centros de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (CIEVS) estadual e regional de Fortaleza.

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Com o propósito de garantir a saúde dos internos nos sistemas prisionais, a SAP está adotando medidas contingenciais e informou estar seguindo os protocolos sanitários estabelecidos pela Sesa.

A secretária executiva de Vigilância em Saúde da Sesa, Sarah Mendes, afirma a importância de monitorar as ocorrências para conter a enfermidade.

"Como sabemos, a doença é transmitida por meio de contato físico, e a capacitação dos profissionais proporcionará uma resposta mais rápida, que as primeiras medidas como o isolamento e o rastreamento dos contatos sejam realizadas o quanto antes de forma exitosa. Nosso objetivo principal é conter e interromper a cadeia de transmissão do vírus para além do sistema prisional."

O médico infectologista da Sesa, Lino Alexandre, relatou que a capacitação teve como objetivo principal explicar a importância da atuação dos profissionais no surgimento dos casos.

"Após a aparição dos primeiros casos suspeitos no sistema prisional, recebemos a demanda de capacitar todos os profissionais à frente das unidades, e isso é fundamental para a prevenção da doença. Com a capacitação, estamos expandindo um conhecimento mais aprofundado e melhorando também o controle e a condução desses casos", conclui ele. 

O que sabemos sobre a doença

Como é transmitida?

- Principalmente por meio do contato direto pessoa a pessoa (pele, secreções) e exposição próxima e prolongada com gotículas e outras secreções respiratórias;

- Fluidos corporais (tais como pus, sangue das lesões), contato com alguma lesão ou contato indireto com o material da lesão;

- Úlceras, lesões ou feridas na boca também podem ser infectantes, o que significa que o vírus pode ser transmitido por meio da saliva;

- Também pode ocorrer no contato com objetos recentemente contaminados, como roupas, toalhas, roupas de cama, talheres e pratos, que foram contaminados com o vírus por uma pessoa doente.

Como se prevenir?

- Evitando contato com pessoas com caso suspeito e objetos que essas pessoas tenha usado;

- Lavar regularmente as mãos com água e sabão ou utilizar álcool em gel, principalmente após o contato com a pessoa infectada.

Quais os principais sintomas?

- A doença tem período de incubação pode variar de 5 a 21 dias;

- O estágio febril da doença geralmente dura de 1 a 3 dias (febre, dor de cabeça intensa, inchaço dos gânglios linfáticos (ínguas), dor nas costas, dor muscular e falta de energia, calafrio, fraqueza);

- O estágio de erupção cutânea, com duração de 2 a 4 semanas (lesões evoluem de máculas — lesões com base plana — para pápulas — lesões dolorosas firmes elevadas).

Qual a gravidade da varíola dos macacos?

- Além de transmissão menor, a letalidade da varíola dos macacos também é bem menor em comparação à varíola humana. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a taxa de mortalidade da doença surgida mais recentemente é de 3% a 6%. A mortalidade da varíola humana chegava a 30%, conforme o órgão.

- Em geral, os pacientes tomam remédios apenas para tratar os sintomas como dor de cabeça e febre. Casos mais graves podem ocorrer em gestantes, idosos, crianças e pessoas que têm doenças que diminuem a imunidade.

Existem vacinas disponíveis que protegem contra a doença?

- As vacinas contra varíola comum (humana) podem conferir alguma proteção contra a varíola dos macacos. Com a erradicação da doença no mundo, em 1980, a vacina deixou de ser aplicada. Pessoas que foram vacinadas há mais de 40 anos contra a varíola humana ainda podem ter alguma proteção;

- Alguns países da Europa e da América do Norte já começaram a vacinar alguns grupos populacionais. O Ministério da Saúde informou que está contato com entidades ligadas à Organização Mundial da Saúde (OMS) para adquirir o imunizante.

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