Mata Atlântica: Ceará é um dos dois estados que não registram aumento de desmatamento no País

Nacionalmente, o desmatamento no bioma cresceu 66% em relação aos dados registrados nos anos de 2020 e 2019. Estados que estavam próximos de zerar o desmatamento voltaram a lidar com o crescimento da estatística

Os estados do Ceará e Santa Catarina foram os dois únicos que não registraram aumento de desmatamento da Mata Atlântica entre 17 federações brasileiras que contam com o bioma. As informações foram divulgadas nesta quarta-feira, 25, pelo Atlas da Mata Atlântica, estudo realizado desde 1989 pela Fundação SOS Mata Atlântica em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).

Além do Ceará, outros três estados do Nordeste — Alagoas, Paraíba e Rio Grande do Norte — tiveram um desflorestamento menor que 50 hectares. A publicação aponta, contudo, que não se pode afirmar categoricamente que os territórios estão em situação de desmatamento zero, já que são regiões constantemente cobertas por nuvens, o que restringe a observação via satélite.

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Em nota, o secretário Artur Bruno, titular da Secretaria do Meio Ambiente (Sema), considerou que o Estado tem realizado um trabalho de preservação do bioma, em parceria com outros atores da sociedade, como ONGs, universidades e municípios. “Todos lutando para preservar a Mata Atlântica, um dos biomas mais ameaçados e que devemos preservar, sobretudo agora que estamos vivendo a Década da Restauração de Ecossistema (2021-2030)”, apontou.

No Ceará, 67 municípios apresentam trechos de Mata Atlântica e de ecossistemas associados, assim como 21, das 34 Unidades de Conservação estaduais. Por exemplo, o Parque Estadual do Cocó, Parque Estadual Botânico, Área de Proteção Ambiental de Baturité, Área de Proteção Ambiental da Serra da Aratanha, Área de Proteção Ambiental do Estuário do Rio Mundaú e Área de Proteção Ambiental das Dunas da Lagoinha.

Desmatamento cresce 66% no Brasil, aponta Atlas

Nacionalmente, foram desmatados 21,6 mil hectares (ha) da Mata Atlântica entre os anos de 2020 e 2021, correspondendo a um crescimento de 66% em relação ao registrado entre 2019 e 2020 (13 mil ha) e 90% maior que entre 2017 e 2018, quando se atingiu o menor valor de desflorestamento da série histórica (11,4 mil ha). Um hectare equivale aproximadamente à área de um campo de futebol oficial.

No total, cinco estados acumulam 89% do desflorestamento registrado neste relatório. São eles: Minas Gerais (9.209 ha), Bahia (4.968 ha), Paraná (3.299 ha), Mato Grosso do Sul (1.008 ha) e Santa Catarina (750 ha). O estudo ainda registrou um aumento em estados que estavam se aproximando do fim definitivo do desmatamento, como São Paulo, Rio de Janeiro, Sergipe e Pernambuco, revertendo a trajetória de alguns anos, segundo a publicação.

Luis Fernando Guedes Pinto, diretor de Conhecimento da SOS Mata Atlântica e coordenador do Atlas, aponta que o aumento do desmatamento sobre um patamar que já era inaceitável mantém o bioma em alto grau de ameaça e risco. “Se as derrubadas persistirem, vai faltar água, vai faltar alimento, vai faltar energia elétrica. Um desastre não só para o Brasil como para o mundo”, afirma em nota, lembrando que a Mata Atlântica é apontada internacionalmente como um bioma que precisa ser restaurado para frear o aquecimento global.

>> Leia a íntegra do relatório divulgado pela Fundação SOS Mata Atlântica

 

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