Pesquisadores consideram possibilidade de novo derramamento de óleo no Ceará

Análises técnicas determinarão se o material que já foi encontrado em 13 praias nos últimos dias são iguais aos encontrados em 2019 ou se tratam-se de um novo derramamento

Professores da Universidade Federal do Ceará (UFC) e da Universidade Estadual do Ceará (Uece) começarão uma inspeção técnica nesta sexta-feira, 28, para saber se as manchas de óleo encontradas nos últimos dias são da mesma origem daquelas que surgiram em 2019 no litoral do Ceará e de outros estados do Nordeste. No total, foram cinco municípios e 13 praias atingidas até esta quinta-feira, número que corresponde ao dobro do registrado ontem. (Veja lista no fim da matéria)

Conforme o professor Eduardo Lacerda Barros, coordenador científico do Planejamento Costeiro e Marinho do Ceará, os especialistas trabalham para verificar se as manchas de óleo são decorrentes de um novo derramamento ou se é o mesmo material registrado em 2019. Ele explica que a partir da coleta de amostras nas praias, os pesquisadores terão condições para fazer a comparação entre as duas manchas.

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Nesta quinta-feira, 27, a Secretaria do Meio Ambiente do Ceará (Sema) enviou um ofício para todos os 20 municípios da linha de costa do Estado, solicitando que os gestores fiquem atentos em relação à incidência de vestígios oleosos nas praias. “Desta forma, será possível mantermos um controle das ocorrências das manchas, permitindo assim um mapeamento e entendimento da magnitude do possível novo derrame de óleo”, enfatiza a pasta.

Na próxima segunda-feira, 31, haverá uma reunião virtual para planejar e definir ações articuladas com todas as instituições envolvidas no combate às manchas. São elas: municípios, Sema, Ibama, Marinha do Brasil, ONGs, universidades, pescadores, polícia ambiental, dentre outras. Entre as pautas, deve-se discutir como se realizará a análise da presença de óleo nos pescados das praias atingidas.

Cuidados são necessários em praias atingidas, alerta cientista

O professor Eduardo Lacerda Barros esclarece que o aparecimento das manchas de óleo nas praias não impede que elas sejam frequentadas por banhistas, devido ao tamanho das manchas, que são consideravelmente menores em relação às encontradas em 2019. Contudo, o especialista aconselha que as pessoas, especialmente gestantes e crianças, não tenham contato direto da pele com o óleo. Caso isso aconteça, a orientação é lavar o local com água e sabão.

Recomenda-se ainda que os frequentadores das praias evitem inalar gases do óleo e acionem os órgãos competentes em caso da localização de novas manchas. Para quem for fazer a coleta do material, é necessário a utilização de máscara, luvas, calça e blusas com mangas compridas. Essas medidas são recomendadas porque o material pode causar irritação na pele e intoxicação.

Órgãos seguem monitorando faixas de areia em buscas de novos vestígios

O Núcleo de Prevenção e Atendimento às Emergências Ambientais do Ibama realizou nesta quinta-feira uma vistoria no município de Icapuí, localizado a 205,3 km de Fortaleza, mas nenhuma mancha de óleo foi encontrada. Pescadores, banhistas e bugueiros locais também foram entrevistados, mas não afirmaram não ter avistado óleo nas praias.

A Marinha do Brasil também trabalhou hoje no vistoriamento de praias com denúncias de manchas de óleo e constatou a presença dos resíduos em quatro novas praias: Lagoa do Mato, em Aracati; Pontal, em Fortim; Porto das Dunas, em Aquiraz; Praia do Futuro, em Fortaleza. No caso da Capital, foram encontrados vestígios em toda a extensão da Praia do Futuro, nos 11 pontos de observação instalados pelo Corpo de Bombeiros, além da foz do Rio Cocó, entre as praias de Sabiaguaba e Caça e Pesca.

A Prefeitura de Aracati, município com maior número de praias atingidas pelos vestígios oleosos, realizou limpeza de parte do óleo encalhado nas praias, totalizando 37 sacos de resíduos. Por intermédio da Sema, a Companhia de Cimento Apodi vai receber o contingente de óleo e areia que serão retirados em limpezas nas praias.

Nesta sexta-feira, o Ibama e a Marinha devem continuar os trabalhos para localização das manchas. No caso do Ibama, a vistoria continuará sendo feita pelas praias do Litoral Leste até Fortaleza, enquanto a Marinha atuará com base em denúncias que já foram recebidas e que podem chegar amanhã.

Veja quais praias foram atingidas pelas manchas de óleo

Aracati

- Cumbe
- Canoa Quebrada
- Majorlândia
- Quixabá
- Fontainha
- Lagoa do Mato

Fortim

- Canto da Barra
- Pontal

Aquiraz

- Porto das Dunas
- Prainha

Fortaleza

- Praia do Futuro
- Sabiaguaba

Beberibe

- Prainha do Canto Verde

Fonte: Marinha, Sema, Greenpeace Fortaleza e Ibama

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