Empresas e servidores de Russas fraudavam licitações com recursos do Fundeb; prejuízo chega a R$ 10 mi

Crimes teriam ocorrido, segundo a Polícia Federal, entre os anos de 2013 e 2020, com recursos do Fundeb

Atualizada às 16h17min

Uma ação deflagrada pela Polícia Federal (PF) no município de Russas, a 171,1 km de Fortaleza, desarticulou, na manhã desta quinta-feira, 5, um esquema de corrupção e lavagem de dinheiro que teria gerado prejuízo, de pelo menos, R$ 10 milhões. A operação, que recebeu o nome de Matrioska, é realizada em parceria com a Controladoria Geral da União (CGU) e visa o cumprimento de 30 mandados de busca e apreensão. A suspeita é de que tenham sido praticados os crimes de fraudes em licitações com recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), além dos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa, entre os anos de 2013 e 2020.

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Conforme o delegado da PF Antônio Clidemir da Silva Amora, foram encontradas diversas irregularidades relacionadas desde a montagem de licitação, prorrogação injustificada de serviços, além de pagamentos com recursos acima do limite legal. As empresas não prestavam serviços. Ainda de acordo com o delegado, havia também a contratação de outras empresas fantasmas. A Justiça aceitou, então, o pedido de quebra de sigilo bancário de sete empresas que estariam envolvidas com as fraudes, o que permitiu verificar o repasse de verbas para conta de servidores públicos.

"Eram empresas de educação, construção, contabilidade e turismo, utilizadas para maquiar licitações e prestação de serviços em Russas", afirma o delegado. "A Polícia Federal solicitou expedição de mandado de prisão temporário, porém, no momento da investigação, o poder judiciário entendeu e concedeu por uma medida menos gravosa com a expedição de um mandado de busca apreensão somente".

De acordo com as investigações, que começaram ainda em 2017, há indícios de participação de empresários, políticos, servidores públicos e "laranjas" e até integrantes de organização criminosa com atuação nacional. Os mandados estão sendo cumpridos em Fortaleza, Cascavel, Icapuí, Russas e Limoeiro do Norte, além de Caçapava do Sul (RS) e Brasília (DF). 

Operação

Ainda conforme a PF, as investigações começaram com outra operação, a "Hora do Lanche”, em 2015. Com o aprofundamento das análises, a PF levantou indícios de que empresas de fachada ligadas a um empresário do município de Russas eram utilizadas para fraudar licitações. As investigações prosseguem a fim de verificar outras irregulares em fraudes de licitação no município.

O termo Matrioska é usado alusão às bonecas russas, conhecidas por ficarem dentro umas das outras, remetendo à complexidade da teia criminosa investigada.

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