Chefe de facção preso em SP teria envolvimento em atendado à Assembleia

"Dino" foi capturado por agentes cearenses em uma residência na cidade de Salto, a 120 quilômetros de distância da capital paulista

Paulo Diego da Silva Araújo, o “Dino”, que estava na Lista de Recompensas da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), foi preso em São Paulo neste domingo, 9. O suspeito tinha mandado de prisão em aberto e é investigado por integrar uma organização criminosa oriunda do Estado, o PCC,  com atuação no narcotráfico. Dino também tem envolvimento com ações criminosas contra o patrimônio público e privado no Ceará, entre elas, um carro-bomba deixado nos arredores da Assembleia Legislativa.

“Dino” foi capturado em uma residência na cidade de Salto, a 120 quilômetros de distância da capital paulista. O homem foi preso por policiais civis da Delegacia de Combate às Ações Criminosas Organizadas (Draco) da PCCE, que estiveram em São Paulo para realizar a prisão.

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No momento da abordagem, o homem tentou fugir, porém, foi rapidamente contido pelos policiais civis cearenses. Com ele, foi apreendido um aparelho celular.

Histórico de crimes

 

O suspeito já responde a nove procedimentos policiais pelos crimes de roubo, roubo de carga, crime contra a fé pública, direção criminosa, furto qualificado, estelionato, além de integrar organização criminosa. Ele foi incluído na Lista de Recompensas da SSPDS em março de 2021. Segundo a Polícia, é considerado chefe de uma organização criminosa com atuação em Fortaleza. A recompensa por informações que levassem a localização do suspeito era de R$ 7 mil.

Além do envolvimento com narcotráfico, o homem teria participado de ataques contra o patrimônio público e privado, incluindo a onda de ataques que deixou um carro bomba em frente à Assembleia Legislativa, em 2016. Na época, não só Fortaleza, como outras regiões do Ceará, registraram duas semanas, entre 5 e 17 de abril, de terror com ataques constantes. Três ônibus, três antenas de telefonia, a Câmara Municipal e o Quartel da PM de Sobral, uma viatura da PM e a base do programa Crack, é Possível Vencer, no bairro Genibaú, também foram alvos. Durante ataque a ônibus, em Pacatuba, um motorista teve 70% do corpo queimado. 

Cinco motocicletas na Delegacia de Itapajé e a cabine da PM, no Centro de Fortaleza, foram incendiadas. Houve ainda duas ameaças, com informações falsas de bomba no Fórum Clóvis Beviláqua e na empresa de teleatendimento Contax. O governador Camilo Santana (PT) revelou que foi ameaçado de morte, anonimamente, por facções. 

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Na época, estava em pauta a instalação de bloqueadores de sinais de telefonia móvel em volta dos presídios. A participação de Dino nos ataques foi confirmada pelo atual titular da SSPDS, Sandro Caron. "Antes mesmo da votação, eles praticaram isso com a estratégia para intimidar o Estado", pontuou.

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O suspeito também aparece em outras investigações, também no âmbito judicial. Uma das investigações do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) no Ceará, que apurava a suposta venda de liminares por parte de alguns magistrados da Justiça cearense, levou ao processo de Paulo Diego. Ele havia sido preso em flagrante em 13 de junho de 2013, tentando lavar R$ 300 mil, de acordo com investigações da Polícia Federal e Ministério Público. O criminoso foi solto em menos de um mês por força de um habeas corpus concedido em um plantão da Justiça pelo desembargador Carlos Feitosa.

Paulo Diego, no momento da abordagem, se identificou com o nome falso de “Pedro”. Disse ainda que era vendedor autônomo de seguros e que estava ali, no banco, por acaso quando encontrou Francisco Eudes Martins da Costa, preso também na ocasião. Paulo Diego já era considerado pela Polícia Federal um grande traficante no mercado de drogas em Fortaleza, já respondia por crime de estelionato (2004), roubo a banco (2010) e tráfico de entorpecentes (2012).

Assim que ficou livre, Paulo Diego fugiu. O oficial de Justiça constatou que ele não morava mais em uma residência na rua Viriato Ribeiro, no bairro Bela Vista, em Fortaleza.

Denúncias

 

Para combater a atuação de grupos criminosos no Estado, a Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) mantém um número de WhatsApp para receber denúncias de ações criminosas em todo o Estado. A população pode enviar mensagens de texto, áudios, fotos e vídeos para o número (85) 98969-0182.

As denúncias também podem ser feitas, por meio de ligação gratuita, para o 181, o Disque-Denúncia da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS). O sigilo e o anonimato são garantidos.

 

Com informações da repórter Angélica Feitosa 

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