Quase duas em cada 10 cearenses já deixaram de realizar atividades habituais devido à violência

Pesquisa Nacional em Saúde, realizada em 2019 pelo IBGE, entrevistou pessoas acima de 18 anos. Mulheres pretas e pardas sofrem mais violências e suas consequências

No Ceará, 18,8% das mulheres já sofreram alguma agressão psicológica, física ou sexual que as impediu de realizar suas atividades habituais. Entre os homens, essa proporção é de 12,4%. É o que mostra a Pesquisa Nacional de Saúde 2019, realizada pelo (IBGE) e divulgada nesta sexta-feira, 7.

O levantamento entrevistou homens e mulheres maiores de idade e considera violências sofridas nos 12 meses anteriores à entrevista. Considerando a faixa etária, os casos de violência são mais relatados por pessoas mais jovens: de 18 a 29 anos (25,8%); de 30 a 39 anos (19,8%); de 40 a 59 anos (17,7%) e 60 anos ou mais (9%).

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As pessoas pretas (22,2%) e pardas (18,2%) sofreram mais com a violência do que as pessoas brancas (16,4%). A mesma tendência ocorreu com a população com menor rendimento (sem rendimento até 1/4 do salário mínimo), em comparação com a de maior rendimento (mais de 5 salários mínimos), 20,5% e 15,1%, respectivamente.

Em todos os tipos de violência, companheiros(as) e ex-companheiros(as) são os agressores mais comuns das mulheres; para os homens, o perfil recorrente de agressor é composto por amigos ou vizinhos. A maioria das agressões contra mulheres acontece dentro de casa; já aquelas contra homens se dão em vias públicas.

Consequências para a saúde

 

A PNS 2019 também investigou as consequências para a saúde das vítimas de violência. Essas consequências foram classificadas como psicológicas (medo, tristeza, desânimo, dificuldades para dormir, ansiedade, depressão ou outras consequências psicológicas), físicas (hematomas, corte, fraturas, queimaduras ou outras lesões físicas ou ferimentos) e sexuais (doença sexualmente transmissível ou gravidez indesejada).

Em todo o Brasil , 47,7% das vítimas de violência psicológica alegaram que tiveram consequências psicológicas para a saúde. A violência física trouxe consequências psicológicas e físicas para 77,6% e 33,7% das vítimas, respectivamente. Por fim, a violência sexual gerou consequências psicológicas, físicas e sexuais para 60,2%, 19,4% e 5,0% das vítimas, respectivamente. Não foram apresentadas informações individualizadas por estado.

Violência sexual alguma vez na vida

 

Para quem respondeu não ter sofrido agressão sexual nos últimos 12 meses, foi perguntado se sofreu essa violência alguma vez na vida. Considerando essas duas perguntas, estima-se que 9,4 milhões de brasileiros de 18 anos ou mais de idade foram vítimas de violência sexual. Isso corresponde a 5,9% desta população, sendo 2,5% dos homens e 8,9% das mulheres.

Seguindo as características demográficas, as pessoas de 18 a 29 anos de idade apresentaram uma proporção maior (7,2%) do que as pessoas acima de 60 anos (3,5%). Considerando-se cor ou raça e rendimento domiciliar per capita, não houve diferenças estatisticamente significativas.


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Pesquisa Nacional de Saúde 2019 PNS 2019 IBGE violência contra a mulher tipos de violência

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