Calendário letivo de 2021 da UFC segue até 2022; entidades contestam

Professores e estudantes consideram período de recesso e os 100 dias de aulas insuficientes para processo de ensino-aprendizado

O calendário universitário de 2021 da Universidade Federal do Ceará (UFC) começa em maio próximo e termina em fevereiro de 2022. No total, cada um dos semestres terá 100 dias. Serão 25 e 28 dias, respectivamente, para férias no primeiro e no segundo semestres; neste último contabiliza-se ainda dez dias de recesso para festas de fim de ano. No total, são 63 dias de descanso acadêmico.

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A proposta foi aprovada por 30 votos a favor e 8 contra, na última sexta-feira, 23, por meio de sessão remota do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe). A resolução também teve como signatário o reitor Cândido Albuquerque.

"A Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas (Progep) estará, durante todo o ano letivo, à disposição da comunidade acadêmica para analisar individualmente casos especiais, de forma a contemplar as necessidades dos servidores docentes e alinhar suas demandas aos interesses institucionais", reiterou a Universidade em nota.

Apesar da aprovação, o período destinado às férias é contestado pelo Sindicato dos Docentes das Universidades Federais do Estado do Ceará (Adufc). Conforme a entidade, o período de recesso e a garantia do direito de férias não foram debatidos em reunião.

“Depois que conseguimos resolver e colocar os 100 dias letivos por semestre de volta, a Reitoria continua com a estratégia de reduzir o período, sem garantir tempo de descanso aos docentes e de planejamento para o semestre seguinte. Não considera minimamente o ensino-aprendizado de qualidade", comenta o presidente da Adufc, Bruno Rocha.

O professor do Departamento de Bioquímica e Biologia Molecular da UFC reitera que professores e servidores trabalham mesmo em período de férias, como ocorre neste momento de matrícula dos alunos veteranos. "Em nenhum momento a intenção é trabalhar menos".

E complementa: "Nós temos notado desde o início da pandemia que a UFC não considera a gravidade do momento. As atividades continuam normalmente. A tentativa é passar uma falsa normalidade. Me parece uma preocupação muito menor ao que estamos passando realmente neste momento pandêmico".

Secretária-geral do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade Federal do Ceará, Stefany Tavares salienta que a participação dos estudantes no CEPE é nula, tendo em vista que o reitor Cândido Albuquerque sequer nomeou os estudantes conselheiros. “Isso dificulta o acesso às informações. A gente tem que perguntar aos professores, conselheiros, porque nós estamos sendo retirados desses espaços", lamenta.

A líder estudantil pontua que os 100 dias aprovados não irão se equiparar às aulas presenciais frente aos desafios impostos pelo modelo remoto de ensino. Stefany traz fadiga e sobrecarga como adjetivos para este período de suspensão das aulas presenciais e impasses dentro da Universidade

“O sentimento de esgotamento é muito grande. A formação não se compara ao presencial. Tomar essas medidas descabidas, tentando compensar algo neste momento, é de fato não conhecer a universidade e nem pensar nos estudantes. A administração superior da UFC não tem pensado nos estudantes”, analisa.

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