Pesquisador de formigas, estudante cearense se destaca em mestrado na Bélgica

Matheus Fontenelle, graduado no curso de Ciências Biológicas, atua na área da mirmecologia. Ele diz que poucos são os colegas de mestrado que já passaram pelo contato direto com pesquisa no curso na Universidade Libre de Bruxelles (ULB), na Bélgica

O ex-aluno da Universidade Estadual do Ceará (Uece) Matheus Fontenelle, do curso de Ciências Biológicas, vem se destacando no mestrado na Universidade Libre de Bruxelles (ULB), na Bélgica, onde participa do curso em Biologia dos Organismos e Ecologia. Por meio da experiência em pesquisas que desenvolveu no Programa de Iniciação Científica do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (PIBIC/CNPq) na Uece, o mestrando tem se notabilizado em pesquisas no país belga.

Segundo o mestrando, poucos são os colegas de mestrado que já passaram pelo contato direto com a pesquisa científica. "Não é evidente para muitos, mas não são todos os países que possuem algo do gênero, por exemplo, aqui na Bélgica na ULB, eu conto nos dedos os colegas do mestrado que já possuíram algum contato direto com a pesquisa, que tenham já em mente o que querem fazer como projeto de dissertação", conta.

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No curso na Bélgica, Matheus estuda o comportamento social de insetos como a formiga, área em que ele já estudava por meio da bolsa na Uece. Neste campo, Matheus já participou de um dos maiores eventos da área no Brasil, como edições do Simpósio de Mirmecologia, o que favoreceu sua aproximação com outros pesquisadores.

De acordo com o professor do curso da ULB, Jean-Christophe de Biseau, Matheus apresentou um dossiê em mais de um aspecto, que sua formação de seis anos em programa de Iniciação Científica (IC) o proporciona vantagem sobre os demais alunos em termos de preparação para a pesquisa. “Um programa de qualidade que não existe na Bélgica", disse o docente se referindo aos programas de iniciação científica brasileiros.

Ainda segundo Jean-Christophe, o egresso da Uece vem conquistando seu espaço. Por causa do conhecimento adquirido no LabEnt/Uece, no gerenciamento de coleções de insetos, Matheus foi inserido em programa institucional para atuar no Musée de Zoologie et d’Anthropologie de l’ULB. “Matheus será de grande ajuda como estudante contratado [via programa que permite remunerar alunos por meio de contratos temporários] em nosso museu de zoologia”, informa o docente.

A experiência está sendo enriquecedora, segundo Matheus, inclusive no aprendizado da língua francesa. “Também sempre gostei muito de estudar línguas estrangeiras e o fato de estar em uma universidade francófona é uma experiência única na vida, é sempre muito gratificante”, destaca.

De acordo com seu orientador na Uece, professor Yves Quinet, Matheus teve várias oportunidades, mas não teria sido possível se ele não tivesse desenvolvido características pontuais. O professor destaca que Matheus sempre teve a mente curiosa, vontade de aprender, paixão pelos insetos sociais, independência e uma forte dose de autodidatismo.

Trajetória acadêmica

Matheus Fontenelle iniciou sua trajetória acadêmica na Uece em 2014, quando ingressou na graduação e no PIBIC/CNPq. Sob orientação do professor de Biologia da Uece, Yves Quinet, Matheus foi bolsista no Laboratório de Entomologia: Unidade de Mirmecologia (LabEnt/Uece). “Foi uma experiência singular em todos os sentidos. Eu diria que existiu um Matheus pré-IC e hoje um Matheus pós-IC”, revela o mestrando.

“Essa formação possibilitou ao Matheus vivenciar de perto e praticar todos os aspectos dessa atividade tão particular chamada “pesquisa”: montagem e execução de projetos, elaboração de protocolos experimentais, busca das informações, análise e discussão de resultados, redação científica”, pontua o professor Yves.

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Os Programas de Iniciação Científica (IC) têm como principal objetivo despertar a vocação científica dos alunos, incentivando talentos potenciais entre estudantes de graduação, mediante sua participação em projetos de pesquisa que o introduzam no domínio do método científico.

O Programa também tem como meta qualificar estudantes para os programas de pós-graduação e estimular pesquisadores produtivos a engajarem estudantes de graduação, otimizando a capacidade de orientação à pesquisa.

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