Três pessoas são presas em operação da PF contra tráfico de fósseis na Chapada do Araripe
Ao todo, 19 mandados de busca e apreensão foram cumpridos no Ceará e no Rio de JaneiroAtualizada às 12h30min
A Polícia Federal (PF) cumpre 17 mandados de busca e apreensão na manhã desta quinta-feira, 22, em Santana do Cariri e Nova Olinda, e dois no Rio de Janeiro. A Operação Santana Raptor resultado de investigação que começou ainda em 2017 e investiga esquema de tráfico de fósseis na Região da Chapada do Araripe, sul do estado do Ceará. Nesta manhã, três pessoas foram presas em flagrante e dezenas de fósseis foram apreendidos, em Santana do Cariri e Nova Olinda, conforme o Ministério Público Federal (MPF).
De acordo com a PF, as buscas foram realizadas em endereços dos investigados por integrarem a organização criminosa. Empresários, servidores públicos, mineradores, pesquisadores e atravessadores de fósseis extraídos da Chapada do Araripe fariam parte do grupo. Dos dois presos pela PF, um deles seria um dos principais negociadores de fósseis no período investigado (2017-2020). O outro seria responsável por receber valores do professor/pesquisador do RJ para coleta e guarda dos fósseis.
Seja assinante O POVO+
Tenha acesso a todos os conteúdos exclusivos, colunistas, acessos ilimitados e descontos em lojas, farmácias e muito mais.
AssineA investigação aponta esquema de extração ilegal de fósseis feito por trabalhadores em pedreiras na região, com comercialização criminosa desses bens da União. Além da rede de empresários, servidores públicos e atravessadores que negociam fósseis raros da região, há indícios da prática ilícita por parte de um professor/pesquisador da Universidade Federal do Rio de Janeiro, que é um dos alvos da operação, assim como outros pesquisadores nacionais e estrangeiros.
Os investigados vão responder pelos crimes de organização criminosa, usurpação de bem da União e crimes ambientais, previstos nas leis federais 12.850/13, 8.176/91 e 9.605/98, e podem pegar penas de até 16 anos de prisão.
"A Polícia Federal ressalta que, em razão da situação de pandemia da Covid-19, foi planejada uma logística especial de prevenção ao contágio, com distribuição de EPIs a todos os envolvidos na missão, a fim de preservar a saúde dos policiais, testemunhas, investigados e seus familiares", diz a PF em nota.
Santana Raptor
Nome escolhido para a operação, Santana Raptor remete ao gênero de dinossauro encontrado na região da Chapada do Araripe, onde são encontradas riquezas fossilificas de 110 milhões de anos.