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Ignorando Decreto Estadual, Colégio Militar de Fortaleza anuncia retomada das aulas presenciais

General do Exército determina que todos os colégios militares do Brasil voltem às aulas presenciais, mesmo em meio à pandemia do novo coronavírus. No Ceará, ignorando o decreto de Camilo Santana, CMF retoma à sala de aula na próxima segunda-feira
12:33 | Set. 16, 2020
Autor Demitri Túlio
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Demitri Túlio Repórter investigativo
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Tipo Notícia

Mesmo em meio à pandemia da Covid-19, o Colégio Militar de Fortaleza (CMF) irá retomar na próxima segunda-feira, 21/9, as aulas presenciais do 6º ao 3º ano. A medida contraria um decreto do governador Camilo Santana (PT), que suspendeu as atividades de ensino na rede pública e particular no Ceará, desde março deste ano, por causa do risco de contaminação do novo coronavírus.

 

O comando do CMF seguirá uma determinação da Diretoria de Educação Preparatória e Assistencial (Depa), órgão nacional do Exército Brasileiro que coordena o Sistema Nacional de Colégios Militares e que ignora decretos estaduais sobre a volta de estudantes, professores e funcionários ao ambiente escolar presencial.

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De acordo com a circular 576 da Seção de Ensino/Depa, enviada em caráter “urgentíssimo” para os comandos dos colégios militares, “todos os CM deverão retomar atividades presenciais”. As aulas ocorrerão no turno da manhã nos colégios militares e, à tarde, seguem online. Primeiro voltará o ensino médio e, na semana seguinte, o fundamental.

 

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O general de divisão Francisco Carlos Machado Silva, diretor da Depa e que assina o documento, orienta que serão estabelecidos “novos procedimentos para o ano de 2020, principalmente, no que tange ao retorno escalonado dos anos escolares”.

 

O escalonamento, de acordo com o general, “prevê uma média de 12 dias de aula para o ensino fundamental e 16 dias para o ensino médio. Para isso, os feriados dos dias 15 e 28 de outubro (Dia do Professor e do Servidor Público) deverão ser revogados e transformados em dias letivos de aula”, determina o militar.

 

A circular da Depa não aponta quais os critérios científicos e sanitários basearam a decisão do general para ordenar a volta das aulas nas instituições de ensino militar do País. Nem também informa se serão feitos testes para detectar possíveis contaminações de membros da comunidade escolar.

 

O general Carlos Machado escreve que “os comandos devem preparar comunicados às famílias informando sobre o retorno e devem estimular que enviem seus dependentes para os CM (colégios militares). A máxima: ‘Queremos voltar e estamos fazendo conforme os protocolos sanitários” deve ser reverberado por todos os integrantes dos CM”.

 

Segundo o diretor da Depa, as famílias devem “saber sobre o cuidado e o carinho” empregados pelos comandos dos colégios militares para “o retorno dos filhos às aulas”. De acordo com o general, “os comandantes precisam ratificar a posição que o melhor lugar que os alunos podem estar é na escola”.

 

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Quanto aos professores, eles tinham de responder até às 10 horas de hoje ao comando do Colégio Militar de Fortaleza quem não poderá voltar às aulas presenciais. Segundo um comunicado do CMF, será exigido atestado médicos para os têm comorbidades e que deverão seguir no ensino remoto.

 

No Ceará, a pandemia da Covid-19 matou 8.757 pacientes, tendo contaminado até hoje 229.884 pessoas. No Brasil, 133.116 mortes com 4.382.263 invadidos pelo novo coronavírus.

 

O POVO enviou perguntas, por e-mail, para o comandante do Colégio Militar de Fortaleza – coronel Jucenilio Evangelista da Silva. A seção de Comunicação Social do CMF respondeu que “informo-vos que, no momento, não possuímos resposta para todos os questionamentos remetidos através deste. Contudo, até o findar do expediente desta data, estaremos aptos a responder”.

 

O POVO também enviou questionamentos para o comandante da 10ª Região Militar, general Luciano Guilherme Cabral, e para a secretária da Educação do Estado – professora Eliane Estrela. Ainda aguarda respostas.

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