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É falsa informação que circula no Whatsapp afirmando que nuvem de gafanhotos chegou ao Ceará

Insetos registrados nas imagens não são da mesma especie identificada no fenômeno recente
15:10 | Jul. 01, 2020
Autor Gabriela Almeida
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Gabriela Almeida Repórter O POVO
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Tipo Notícia

A informação que circula por meio de vídeo no Whatsapp de que nuvem de gafanhotos registrada na Argentina chegou ao Ceará é falsa. O POVO ouviu especialistas e apurou que insetos registrados nas imagens, gravadas em uma localidade da Aldeota, área nobre de Fortaleza, não correspondem a espécie identificada no fenômeno.

"Quem não acredita nos gafanhotos, olha o tanto aqui, o tanto ali na pista”, aponta um homem no vídeo, mostrando alguns desses insetos pousados em arbustos e espalhados em pequenas aglomerações pela avenida. Em tom de “brincadeira”, o responsável pela gravação utiliza imagens afirmando que nuvem registrada na Argentina estaria “chegando” ao Estado.

Os insetos registrados na gravação são, no entanto, de uma espécie nativa do Nordeste e não da registrada na Argentina, cujo nome científico é Schistocerca Cancellata. A observação foi feito ao O POVO pelo professor-adjunto da Universidade Federal do Ceará (UFC), José Wagner da Silva, que é especialista em entomologia, ramo da zoologia que estuda os insetos.

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De acordo com o docente, os gafanhotos são espécies de pragas “esporádicas e crônicas”, que se unem em populações e formam uma nuvem, como a identificada na Argentina. No entanto, esse tipo de fenômeno só ocorreu no Brasil por volta da década de 40 e foi registrado nas regiões sul e sudeste do País.

O especialista afirma que a nuvem identificada na Argentina, que destruiu algumas lavouras de milho, está chegando ao País mas que não deve passar pelo nordeste. “Os agricultores da região podem ficar despreocupados quanto a essa população (de insetos) ”, afirma o docente, desmentindo vídeo.

CONFIRA VÍDEO:

 

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