Ceará apresenta um dos três menores salários médios do Brasil, aponta pesquisa
Levantamento mostrou que homens receberam salários 20,7% maores do que as mulheresO Ceará tem um dos menores salários médios pagos, no valor de 2,3 salários mínimos (s.m.), de acordo com dados do Cadastro Central de Empresas (Cempre), referente ao ano de 2017. O levantamento divulgado nesta quarta-feira, 26, feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostrou que a remuneração do Estado fica atrás da Paraíba e Alagoas, no qual se pagam salários médios de 2,2 s.m., além de ser menor que a média nacional, de 3 s.m.. Os estados que oferecem os maiores salários médios são Distrito Federal (5,4 s.m.), Amapá (3,8 s.m.), São Paulo e Rio de Janeiro (3,5 s.m.).
Na análise por unidades da federação em relação à região Nordeste, o Ceará concentrou 146,4 mil no número de unidades locais - espaços para produção de bens e serviços - do Estado, sendo a segunda maior participação relativa (2,7%), perdendo apenas para Bahia (4,6%). Além disso, possui 1,6 milhão de pessoas ocupadas (3,1%); 1,4 milhão de trabalhadores assalariados (3,2%); e R$ 40,2 bilhões dos salários e outras remunerações (2,4%). A quantidade de empresas ativas no período era de 138.029.
O Estado teve redução de 1% do número de unidades locais. Porém, o Ceará apresentou ganho de 1,7% em relação às pessoas ocupadas e de 1,8% nos assalariados. Também houve um crescimento de 2,3% pelos ganhos de salários e outras remunerações.
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AssineDiferença no salário pago a homens e mulheres
Em 2017, os homens receberam um salário médio mensal no valor de R$ 3.086, 20,7% superior ao das mulheres (R$ 2.555,84). Além disso, segundo o levantamento, elas receberam, em média, o equivalente a 82,8% dos salários e outras remunerações do que eles.
Em termos salariais, entre 2016 e 2017, os salários médios mensais apresentaram aumento real de 4,9%, passando de R$ 2.716,20 para R$ 2.848,77. Na análise por sexo, a remuneração das mulheres cresceu 5,7%, passando de R$ 2.418 para R$ 2.555,80. Já o dos homens avançou 4,4%, indo de R$ 2.955,40 para R$ 3.086.
Além disso, 55,4% dos trabalhadores assalariados eram homens e 44,6% mulheres, sendo que eles possuíam 59,9% dos salários e outras remunerações, enquanto elas tinham 40,1%.
Escolaridade
Conforme a pesquisa, na análise por escolaridade, verificou-se que 77,4% do pessoal ocupado assalariado não possuía nível superior, contra 22,6% graduados. Entretanto, o total de salários e outras remunerações pagos aos trabalhadores sem nível superior representava somente 53,5% do total, enquanto quem tinha graduação representava 46,5%.
Assim, o pessoal ocupado assalariado sem nível superior recebeu, em média, R$ 1.971,82, o que representa 33,8% do valor médio recebido pelo pessoal assalariado com nível superior (R$ 5.832,38). Ou seja: o salário médio mensal era quase o triplo.
Panorama geral
Segundo os dados do Cempre, cinco milhões de empresas e outras organizações formais estavam ativas em 2017, ocupando 51,9 milhões de pessoas - 45,1 milhões (86,8%) ocupados como pessoal assalariado e 6,9 milhões (13,2%) na condição de sócio ou proprietário.
Os salários e outras remunerações pagos totalizaram R$ 1,7 trilhão. O salário médio mensal foi no valor de R$ 2.848,77, equivalente a três salários mínimos, no custo do pagamento em 2017.
Na comparação com 2016, houve redução do total de empresas e outras organizações ativas (0,4%), representando menos 21,5 mil dessas unidades. O pessoal ocupado total teve aumento de 1%, ou seja, cerca de 528,1 mil pessoas, sendo que o pessoal ocupado assalariado cresceu 1,2% (550,7 mil pessoas).
Porém os sócios e proprietários diminuíram 0,3% (22,6 mil pessoas). O total de salários e outras remunerações subiu 2,4%, e o salário médio mensal, 4,9%, em termos reais.
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