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Quem é a família feita refém e morta no ataque na cidade de Milagres

Cinco integrantes de uma mesma família estiveram entre os seis reféns mortos na tragédia em Milagres
21:59 | Dez. 07, 2018
Autor Lucas Braga
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Lucas Braga Repórter do O POVO Online
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Tipo Notícia
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Quando o empresário João Batista Magalhães, de 46 anos, saiu de casa para buscar a família, no aeroporto de Juazeiro do Norte, a ideia era passar o Natal juntos. Na ida, também estava o filho dele, Vinícius Magalhães, 14. Na volta, traziam a cunhada Claudineide (Neide) Campos de Souza, 42; o marido dela, Cícero Tenório dos Santos, de 60, conhecido como Baixinho; e o filho do casal, Gustavo Tenório dos Santos, de 13, o Guga. Os três vinham de São Paulo e haviam chegado a Juazeiro às 23 horas.
 
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[SAIBAMAIS]Mas o caminho foi interrompido para sempre. Os cinco inocentes foram feitos reféns e mortos na madrugada desta sexta-feira, 7, em tentativa de assalto a duas agências bancárias, uma do Banco do Brasil e outra do Bradesco, em Milagres, município a 482,7 km de Fortaleza.

Segundo apuração da Rádio O POVO/CBN Cariri, pelo menos 30 criminosos participaram da ação. Informações da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) dão conta de que houve outros nove mortos. Oito destes seriam criminosos. A nona pessoa morta também havia sido refém: Francisca Edneide da Cruz Santos, de 49 anos, natural de Brejo Santo. 
 
Segundo o prefeito de Milagres, Lielson Landim, os reféns teriam sido usados como escudo humano pelos bandidos. 

O crime
João, empresário do setor de informática, morava com a família em Serra Talhada, município do sertão pernambucano. Os cinco seguiam em automóvel quando foram surpreendidos pelos assaltantes na rodovia BR-116. Eles foram feitos reféns e obrigados a entrar em outro veículo, junto aos criminosos. Antes do assalto, a quadrilha entrou em confronto com a Polícia. Segundo testemunhas, o tiroteio foi intenso. Só os exames legais vão precisar a origem dos tiros que mataram a família.

De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o grupo criminoso roubou um caminhão, que foi usado para interditar a BR-116, no quilômetro 495, entre os municípios de Brejo Santo e Milagres. O bloqueio seria para atrasar a chegada da Polícia à Cidade. A via permaneceu bloqueada durante toda esta manhã e só foi liberada à tarde, conforme a PRF.

O velório das cinco vítimas ocorre ainda nesta sexta, na casa de homenagens póstumas Bezerra de Melo, na rua Afonso Godoy, no Centro de Serra Talhada. Segundo parentes, o empresário e o filho serão enterrados às 10 horas deste sábado, 8, no cemitério da cidade. Já o sepultamento da cunhada, o marido dela e o filho do casal ainda não foi definido. 

“Dor é o que eu sinto. Dor de não poder fazer nada. Dor de ver uma família destruída. Dor de perder pessoas especiais. Dor de não poder estar com vocês nesse momento. Dor de não poder abraçá-los. Dor de não poder viajar e sentir a felicidade de ver vocês. Dor de saber, que eu não vou receber mais a sua benção meu tio João. Dor de saber, que meu coração, nunca vai parar de doer! Vocês estarão sempre no meu coração, jamais vou esquecer. Que Deus nos dê forças para suportar esse momento tão triste!”, compartilhou Vanessa Ferreira, sobrinha de João, no Facebook.
 
Veja o percurso feito pelos pernambucanos: 
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Conforme noticiou O Estado de S. Paulo, os Magalhães estão entre os fundadores de Serra Talhada. De família tradicional, o empresário montou um comércio no sertão. A loja de informática amanheceu fechada nesta sexta.

O fotógrafo José Estevão, que foi criado junto com João Batista, contou ao Jornal do Commercio que encontrava com o amigo todas as manhãs em um espetinho próximo ao centro comercial. Ele descreve o empresário como brincalhão e diz que considerava ele como se fosse da família. "É uma coisa que a gente não acredita. Era um cara muito legal, a gente gostava muito dele", lamentou. 

O policial civil Cornélio Pedro era amigo de infância do empresário, com quem convivia. "São pessoas trabalhadoras, pessoas de bem. A gente fica triste e chocado com essa tragédia. A gente procura uma explicação e não consegue [entender]", lamentou. 
 
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