Correios: trabalhadores rejeitam acordo e Justiça decidirá sobre salários e benefícios

Correios: trabalhadores rejeitam acordo e Justiça decidirá sobre salários e benefícios

Após assembleias divididas, categoria inicia paralisação e processo segue para o tribunal, que definirá reajustes e manutenção de benefícios

O impasse nas negociações do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) entre os Correios e seus funcionários atingiu um novo estágio crítico. Em assembleias realizadas na última terça-feira, 23, a maioria dos sindicatos rejeitou a proposta mediada pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST). Com isso, o processo segue para dissídio coletivo, transferindo à Justiça a decisão sobre reajustes e benefícios.

A proposta recusada previa um reajuste de 5,13%, mas com aplicação prevista apenas para abril de 2026.

Além do prazo estendido, pontos como a exclusão de parágrafos sobre o vale-alimentação adicional geraram forte resistência. Para as federações Fentect e Findect, as condições são insuficientes para repor perdas inflacionárias e representam uma redução de direitos históricos.

Por outro lado, a gestão dos Correios defende que o texto buscava equilibrar a valorização do pessoal com a saúde financeira da estatal. A empresa ressalta que o acordo visava manter 79 cláusulas sociais e garantir previsibilidade para o futuro.

Em notas oficiais, a companhia enfatizou que a mediação no TST era o caminho ideal para evitar greves que prejudicam o serviço.

O descontentamento resultou na deflagração de greve em diversas regiões do país a partir desta quarta-feira, 24.

Em resposta, o TST emitiu uma liminar determinando a manutenção de pelo menos 80% do efetivo em atividade nas unidades. A medida visa proteger o fluxo de encomendas em um período de alta demanda, sob pena de multas diárias em caso de descumprimento.

A votação nas assembleias revelou uma categoria dividida: 18 sindicatos votaram pela rejeição, enquanto 16 foram favoráveis à aceitação. Essa fragmentação mostra diferentes visões sobre a eficácia da greve e os riscos da judicialização direta. Enquanto parte do grupo aposta no dissídio para obter ganhos maiores, outros temem que a decisão judicial demore ou resulte em perdas.

Agora, os ministros da Seção de Dissídios Coletivos do TST analisarão o mérito da questão nos próximos meses. O tribunal buscará um ponto de equilíbrio entre as demandas laborais e a viabilidade econômica da estatal.

Até que a sentença seja proferida, o cenário permanece de incerteza para os trabalhadores e para o cronograma de operações logísticas em todo o país.

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