Anvisa não aprova testosterona para mulheres, apontam sociedades médicas

Anvisa não aprova testosterona para mulheres, apontam sociedades médicas

A única indicação reconhecida para o uso terapêutico do hormônio é o tratamento do Transtorno do Desejo Sexual Hipoativo
Atualizado às Autor Penélope Menezes Tipo Notícia

A Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) e a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) alertaram o público sobre o uso da testosterona em mulheres, em nota conjunta emitida na quarta-feira, 10.

O comunicado ainda ressaltou que não existe indicação de dosagem de testosterona para investigar valores baixos ou suposta deficiência androgênica feminina. Além disso, o Brasil não possui formulação do hormônio aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para uso feminino.

“A única indicação cientificamente reconhecida para o uso terapêutico de testosterona na mulher é o tratamento do Transtorno do Desejo Sexual Hipoativo (TDSH) em mulheres na pós-menopausa, após diagnóstico clínico criterioso e por exclusão”, diz o informe.

A decisão das sociedades médicas de esclarecer suas afirmações ao público veio após “melhores evidências científicas e diretrizes nacionais e internacionais” relacionadas ao uso de testosterona em mulheres.

Tadalafila, testosterona e os riscos da busca pelo corpo ideal | LEIA MAIS

Anvisa não aprova testosterona para mulheres: riscos associados ao uso

De acordo com a SBEM, Febrasgo e SBC, os efeitos associados ao uso de testosterona, fora da única indicação citada, podem ser adversos. Entre eles, estão:

  • Efeitos virilizantes como acne, queda de cabelo, crescimento de pelos, aumento do clitóris e engrossamento irreversível da voz;
  • Toxicidade e tumores de fígado;
  • Alterações psicológicas e psiquiátricas;
  • Infertilidade e potenciais repercussões cardiovasculares como hipertensão arterial, arritmias, embolias, tromboses, infarto, AVC e aumento da mortalidade;
  • Alterações de outros exames laboratoriais, como os de colesterol e triglicerídeos.

O uso de testosterona para fins estéticos (incluindo melhora de composição corporal, desempenho físico, disposição ou antienvelhecimento), em mulheres ou em homens, é vedado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). A ação, que carece de base científica e regulatória, também não é reconhecida pela Anvisa.

“Não se recomenda o uso de implantes subcutâneos, pellets ou formulações manipuladas de testosterona, devido à ausência de controle de qualidade, farmacocinética imprevisível e riscos aumentados de eventos adversos”, alertam as sociedades médicas.

'Reposição' de testosterona em mulheres avança sem respaldo clínico | LEIA MAIS

Dúvidas, Críticas e Sugestões? Fale com a gente

Tags

Os cookies nos ajudam a administrar este site. Ao usar nosso site, você concorda com nosso uso de cookies. Política de privacidade

Aceitar