Youtuber infantil é preso suspeito de estupro; veja o que se sabe

O influenciador digital João Paulo Manoel é investigado por crimes sexuais contra menores no Rio de Janeiro. Ele tem um canal voltado aos fãs de Pokémon

14:24 | Out. 22, 2025

Por: Yasmin Louise Szezerbatz
YouTuber de Pokémon é preso por crimes sexuais contra menores de idade; confira o caso (foto: Reprodução / Instagram @capitaohunter)

A Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu, nesta quarta-feira, 22, o influenciador digital João Paulo Manoel, conhecido nas redes sociais como Capitão Hunter. O youtuber de 45 anos de idade é investigado por crimes sexuais contra menores de idade.

Seu canal no YouTube, voltado para o público infanto-juvenil fã da franquia Pokémon, já acumula mais de 720 mil inscritos. No TikTok, são mais de 115 mil seguidores. No Instagram, 70 mil.

O mandado de prisão foi expedido pelos crimes de exploração sexual de crianças, tipificado no Código Penal como estupro de vulnerável, e produção de conteúdo pornográfico infantil. As investigações estão sob responsabilidade da Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (Dcav), no Rio de Janeiro.

De acordo com a polícia, João Paulo mantinha contato com as crianças por meio de aplicativos como Discord e em eventos de Pokémon, onde conhecia parte de seu público.

Capitão Hunter: primeira denúncia e abordagem às vítimas

A investigação começou após uma denúncia feita pela família de uma menina de 13 anos, com quem João Paulo mantinha contato online.

Segundo a Polícia Civil, a vítima conheceu o youtuber durante um evento em um shopping da zona norte do Rio de Janeiro.

Após o encontro, o influenciador teria prometido apoiar a participação da menina em competições de Pokémon, mantendo contato por meio das redes sociais.

Em depoimento, a vítima relatou que o suspeito pediu imagens íntimas em troca de produtos da franquia Pokémon. Além disso, ele teria realizado ligações de chamada de vídeo e enviado fotos inapropriadas de si próprio.

A Polícia Civil confirmou o teor das mensagens. O mesmo comportamento teria sido identificado em outro caso, envolvendo um menino de 11 anos.

Além da prisão temporária, os agentes cumpriram mandados de busca e apreensão e determinaram a quebra de sigilo de dados.

Os aparelhos eletrônicos apreendidos nos endereços ligados a João Paulo — seis celulares, três pendrives e uma CPU — foram encaminhados à perícia.

Capitão Hunter: o que se sabe e o que falta saber

Quem é e o que faz Capitão Hunter?

João Paulo Manoel, conhecido como Capitão Hunter, cria conteúdo especializado no universo da franquia Pokémon. No YouTube, TikTok e Instagram, ele produz vídeos sobre cartas, jogos e pelúcias do anime.

Os vídeos no YouTube somam mais de duas mil postagens e ultrapassam a marca de 165 milhões de visualizações. A publicação mais recente da conta foi na noite dessa terça-feira, 21.

João Paulo também faz shows e eventos pelo Brasil. O último ocorreu em 5 de outubro, em São Paulo, na feira Pokecon.

Ele possui, ainda, uma loja virtual onde vende produtos voltados ao universo Pokémon.

Por que o influenciador foi preso?

Após denúncias, um inquérito foi aberto na Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (Dcav) do Rio de Janeiro.

A prisão temporária foi decretada pelo juiz da Vara especializada em crimes contra a criança e adolescente do RJ.

Capitão Hunter é acusado de quais crimes?

A polícia investiga se João Paulo usou as redes sociais para exibir suas partes íntimas a menores de idade e exigir que essas crianças e adolescentes também mostrassem seus corpos.

O mandado de prisão temporária foi expedido pelos crimes de exploração sexual de crianças, tipificado no Código Penal como estupro de vulnerável, e produção de conteúdo pornográfico infantil.

O que dizem as denúncias?

A denúncia contra o youtuber foi feita pela família de uma menina de 13 anos de idade, com quem mantinha contato por meio de Discord e WhatsApp há dois anos. O influenciador havia prometido à família da garota, após um evento presencial, que iria acompanhar e apoiar a carreira da fã em jogos online.

Segundo a menina narrou à Polícia Civil do RJ, João Paulo fez videochamadas nas quais mostrou o pênis para ela e pediu para ela mostrar alguma parte íntima.

A família afirma que interceptou uma mensagem enviada pelo youtuber que dizia o seguinte: "Amigos fazem isso, mostram a bunda um para o outro, isso são coisas de amigos e você é minha melhor amiga".

No decorrer das investigações, segundo os policiais, “foi possível confirmar a conduta do influenciador. O mesmo homem teria abordado da mesma maneira um menino, de 11 anos”.

O que diz a defesa de Capitão Hunter?

Até o momento nem João Paulo Manoel, nem sua defesa se pronunciaram sobre o caso à imprensa ou nas redes sociais do influenciador. (Colaborou Marcela Tosi)