Livro desmistifica rotina de mãe solo de filha com síndrome de Down
Gisele Ribeiro diz que a descoberta da síndrome e os primeiros anos com Sara ocasionaram uma mudança na rotina profissional dela e no olhar seu para a maternidade atípica
“A maternidade não é fácil, mas é possível, quando é feita uma entrega, com amor. E é isso que eu faço. Mas acho que o pulo do gato é nunca esquecer de mim, nunca me deixar de lado”, conta a profissional de marketing Gisele Ribeiro, mãe solo de Rafael, 12 anos, e Sara, 10 anos, uma criança com síndrome de Down e cardiopatia congênita.
A rotina com a filha intensificou esta dualidade na função de mãe: a necessidade de priorizar os filhos nos desafios cotidianos e, ao mesmo tempo, não se escantear. Afirmando levar tudo com leveza, as experiências a inspiraram a escrever o livro “Diário de uma mãe nada especial – Desmistificando a mãe idealizada”, lançado em abril e disponível para compra.
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Segundo Gisele, a descoberta da síndrome e os primeiros anos com Sara ocasionaram uma mudança na rotina profissional dela e, mais, no olhar para a maternidade atípica. Há cinco anos veio o divórcio e a maternidade tornou-se, ainda, solo.
Foi em uma campanha da Nestlé Ninho, no dia das mães de 2023, que a hoje escritora compartilhou, pela primeira vez, a vivência com a filha: como aprendeu a respeitar o tempo da menina e olhar o “diferente” de uma maneira nova.
“Eu sempre fui muito ansiosa e a chegada da Sara me fez puxar o freio de mão. Eu aprendi com ela que tudo tem seu tempo. Não é conforme os diários de bordo falam. Comecei a estudar muito, virei também terapeuta holística porque comecei a trabalhar energia, meditação, e tudo isso foi me ajudando a lidar com estes desafios. Foi um processo, não foi demorado, mas me entreguei de cabeça”, disse ela ao O POVO.
A campanha provocou comentários de outras mães atípicas, que compartilharam dúvidas e identificações. Gisele retomou, então, uma ideia antiga de escrever um livro sobre a experiência na maternidade. Teve ajuda de familiares, amigos e demais pessoas que se sensibilizaram com a história.
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“Livro é para as outras mães, mas também para mim”
Gisele elenca a publicação do livro como uma forma de ajudar demais mães solo e/ou atípicas, mas também como forma de melhorar as condições de vida dela mesma e dos filhos.
“Publiquei para que minha história chegue a mais pessoas, nem que seja só para fazer as mães refletirem. Mas também publiquei por mim. É muito difícil a maternidade solo e a maternidade atípica. As duas é mais ainda”, relata.
Ela relata a escassez de possibilidades de trabalho, tendo em vista a rotina puxada das mães. "Eu entendo o lado das empresas mas é muito complicado pra gente. Eu comecei esse projeto para ajudar outras mães, mas também pra ajudar meus filhos, para que a gente saia um pouco do sufoco, sabe?”, diz ela.
Serviço
Livro: Diário de uma mãe nada especial – Desmistificando a mãe idealizada
Onde comprar? https://livro.umamaenadaespecial.com.br/