Amor paterno: 4 em 10 meninos no NE não têm certeza que são amados

Na região Sul, a análise qualitativa indica um número menor: 3 em 10 jovens. Os dados fazem parte de pesquisa sobre desenvolvimento masculino na adolescência

A pesquisa nacional “Meninos: Sonhando os homens do futuro” indicou a proporção no Nordeste de meninos adolescentes que não têm certeza se são amados por seus pais: 4 em cada 10.

Os dados consideram a faixa etária de 13 a 17 anos e se baseiam na soma de respostas alternativas, como “discordo totalmente” e “concordo parcialmente”. No Brasil, por exemplo, a proporção aumenta para 5 em 10, com percepção variada nos grupos étnicos; já na região Sul, a resposta dos entrevistados, de 15 a 17 anos, diminui: são 3 em 10. 

É + que streaming. É arte, cultura e história.

+ filmes, séries e documentários

+ reportagens interativas

+ colunistas exclusivos

Outra indicação feita pela pesquisa, que foi idealizada pelo Instituto PDH e PapodeHomem, viabilizada pela empresa Natura e com apoio do Pacto Global da ONU no Brasil, destaca que 6 em cada 10 meninos afirmam conviver com poucos ou nenhum homem que seja uma referência positiva de masculinidade.

“Entendemos o quão complexo é querer que os homens do futuro sejam mais gentis e amorosos, se esses meninos pouco recebem e são estimulados a essa prática”, considera o psicólogo clínico e social especialista no atendimento de homens e jovens negros e de periferia, Marlon Nascimento.

“Não se sentir amado tem um impacto negativo na saúde mental, pois esses jovens podem ter dificuldade em distinguir amor do que é abuso, posse ou violência”, completa.

Licença paternidade: ampliação de 5 para 20 dias é aprovada para servidores do Ceará; ENTENDA

Amor paterno e autocuidado: dados da pesquisa

Com mais de 4 mil meninos e meninas adolescentes entrevistados, a pesquisa se intitula como o maior estudo realizado na América Latina sobre a percepção do desenvolvimento masculino na adolescência.

Considerando as análises quantitativas compartilhadas sobre autocuidado, 5 em 10 responsáveis gostariam que seus meninos aprendessem a ficarem mais bonitos, incluindo cuidados do corpo, pele, cabelo, etc. No Nordeste, a proporção aumenta em um, de 6 em 10.

“Percebemos que os meninos entendem que existem outras possibilidades para ser homem, mas não conseguem encontrar ao seu redor homens que possam inspirá-los nesse caminho”, explica a consultora estratégica do projeto, Viviana Santiago.

Dia dos Pais: O que é paternidade engajada e responsável? | CONFIRA Pause O POVO

Amor paterno e autocuidado: origem da pesquisa

O estudo “Meninos: Sonhando os homens do futuro” faz parte de um projeto que engloba três produções: pesquisa, documentário e um currículo para escolas e espaços esportivos. O processo teve início em janeiro de 2023. 

O projeto foi apresentado na 68ª Sessão da Comissão sobre a Situação da Mulher, em Nova York, com o objetivo de "desenhar um cenário mais próximo da realidade dos garotos, entendendo o que eles esperam, como se relacionam com outros grupos e como outros grupos enxergam esses meninos". 

Além disso, a produção do documentário (que leva o mesmo nome: "Meninos") apresentará a vivência de um grupo de jovens, incluindo entrevistas com especialistas e o resultado completo da pesquisa.

Dúvidas, Críticas e Sugestões? Fale com a gente

Os cookies nos ajudam a administrar este site. Ao usar nosso site, você concorda com nosso uso de cookies. Política de privacidade

Aceitar